29 de mar. de 2013

REFLEXÕES SOBRE A MORTE DE CRISTO





Cristo Crucificado, contemplo a sua imagem na cruz e logo dirijo o meu pensamento para a reflexão e dou-me conta, da brutalidade sofrida., desde a sua prisão, julgamento e a morte na cruz. Esse homem foi brutalmente espancado e torturado, privado de alimentação, água e necessidades fisiológicas como poucas vezes visto. Me envolvi tanto nos pensamentos , na sua causa, no seu sofrimento, que inexplicavelmente me sentia transportado para aquela época: Encontrava-me na base da cruz, olhando para cima e via a aterrorizante visão de um homem nu, despojado de toda a sua dignidade. Escorria-lhe sangue dos pulsos transpassados por cravos de ferro. Os seus braços estavam amarrados com cordas que com o peso do seu corpo marcavam as varias voltas que davam. No pé direito apoiado sobre uma madeira havia outro cravo, a outra perna dependurada estava amarrada também com cordas, fora do apoio de madeira. O sangue jorrava do pé perfurado e escorria pelo apoio até pingar na base da cruz. A coroa de espinhos, nunca a havia visto retratada dessa forma, era um entrelaçamento de galhos flexíveis dando a impressão de serem brancos, desse entrelaçamento saiam três espinhos grandes voltados para trás, era um verdadeiro espinheiro, impossibilitando o movimento da cabeça, pois pelas pontas que estavam cravadas no obro e peito percebia-se que havia tentado fazer algum tipo de movimento. Sangrava na cabeça devido a ação dos espinhos, pelo nariz e pela boca, devido aos sucessivos espancamentos. No rosto havia um grande edema , devido a algum afundamento ou fratura óssea. Era visível que o osso nasal havia sido rompido. Um dos olhos estava fechado devido ao inchaço de onde escorria algo, provavelmente havia sido perfurado. Ficava indignado de ver aquele corpo todo coberto de marcas. Particularmente me chamou mais a atenção na região do peito logo abaixo do abdômen devido a chicotadas dadas pelas costas terminando nessa região, a pele em alguns lugares estava solta, essas marcas se viam dos dois lados lateralmente, juntamente com pequenas marcas circulares, parecendo com se fossem pintadas. Haviam escoriações mais evidentes nos ombros e joelhos.
Todo o corpo nu desse pobre homem, apresentava-se mesclado de sangue, suor, urina e fezes, formando uma gosma misturada com sangue coagulado, era o impressionante odor da morte. Não me conformava e muito menos acreditava de estar observando-o a menos de 1,50 de altura, talvez até pudesse tocá-lo. Então chorei.

Texto: Tirado do rascunho do livro "O Encarcerado" de Helio Rubiales



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