6 de out. de 2009

ISSO É BRASIL


Imagens mostram funcionários de fazenda sendo expulsos por sem-terra

Mais de 7 mil pés de laranja foram destruídos por trator em protesto.
Invasores alegam que a área é da União e que só saem com ordem federal.
Do G1, com informações do Jornal Hoje
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Funcionários de uma fazenda produtora de laranjas foram expulsos da propriedade, em Borebi, a 309 km de São Paulo, por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Imagens mostram o momento em que os trabalhadores eram retirados do local, invadido pelo grupo.



Os invasores alegam que a área é da União. Por isso, dizem que só vão deixar a área com uma decisão federal. As 250 famílias que invadiram a fazenda querem forçar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a acelerar o processo de reforma agrária na região.

Nesta terça-feira (6), alguns sem-terra ocupavam a portaria da fazenda. Ninguém entrava sem autorização do grupo. A sede foi tomada pelo grupo.

Além de expulsarem os funcionários, os sem-terra também destruíram pelo menos 7 mil pés de laranja. Os invasores afirmam que o objetivo com a derrubada é plantar outras culturas, como feijão.

A Polícia Militar, porém, afirma que o prejuízo foi grande. "Até 7 mil pés de laranja foram destruídos o que demonstra que não se trata tão somente de uma pequena área para plantar feijão e sim de uma área enorme para destruição efetivamente”, disse o coronel Benedito Meira.

Segundo o vice-presidente da Federação Paulista de Agricultura, outras culturas podem ser cultivadas com a laranja. “Não seria necessário derrubar os pés de laranja para plantar o tal feijão”, disse Maurício Lima Verde.

A Cutrale uma das maiores empresas de suco de laranja do mundo, se considera dona da área e plantou no local um milhão de pés da fruta. Em nota, a empresa informou que a fazenda é extremamente produtiva e gera centenas de empregos. Afirmou também que algumas famílias de funcionários, inclusive com crianças, foram expulsas de forma intimidatória pelos invasores - o que prejudica o acesso dos menores à escola.

A fazenda faz parte do núcleo colonial Moção de Iaras, criado há 100 anos. O Incra considera a ocupação irregular e disse, em nota, que aguarda uma decisão da Justiça para retomar a área e destiná-la à reforma agrária- como reivindica o MST.
Crime

Durante a noite, a polícia apreendeu um caminhão em Iaras, a 285 km da capital paulista, com uniformes, peças e equipamentos de proteção que pertencem à empresa proprietária das plantações destruídas. Duas pessoas foram detidas. Policiais investigam se houve participação dos invasores, que negam ligação com o caso.

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