25 de fev. de 2011

Manifestantes são recebidos a tiros na capital e 5 morrem



Confronto entre forças de segurança e rebeldes ocorreram em vários bairros

Manifestantes usam a bandeira antiga do país nos protestos
Manifestantes usam a bandeira antiga do país nos protestos (Marco Longari/AFP)
Kadafi já estava preparado e deixou articulada toda a força de segurança do país na capital para impedir o avanço dos manifestantes, que começaram a fechar o cerco à cidade ainda na quinta-feira. O cenário sangrento já era iminente e foi exatamente isso o que se viu quando os revoltosos conseguiram chegar ao reduto do ditador Muamar Kadafi, nesta sexta-feira. Segundo a rede de TV Al Jazira, a maior base aérea de Trípoli também uniu-se à revolta.
A cidade é palco do levante popular pela primeira vez desde que a oposição conquistou o controle de parte das regiões leste e oeste do país. Os conflitos começaram depois das tradicionais orações de sexta-feira dos muçulmanos. "As forças de ordem dispararam contra os manifestantes sem fazer distinção. Há mortos nas ruas", contou um morador à agência de notícias France-Presse. 
Testemunhas falam em pelo menos cinco mortos nos confrontos a tiros em vários bairros de Trípoli, mas a informação ainda não foi confirmada oficialmente. O número total de vítimas ainda é divergente. Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) teme que milhares de pessoas já tenham morrido, o filho de Kadafi, Saif al Islam, informou nesta sexta-feira 242 mortos - bem abaixo, aliás, dos 300 confirmados anteriormente pelo governo.
Saif al Islam voltou a afirmar que a família do coronel não pensa em deixar o país. "Temos planos A, B e C. O Plano A é viver e morrer na Líbia. Plano B é viver e morrer na Líbia. Plano C é viver e morrer na Líbia." Ele descreveu as manifestações contrárias ao governo como de responsabilidade grupos terroristas, como fez seu pai no dia anterior, vinculando os rebeldes àAl Qaeda e a Osama Bin Laden.
Benghazi - Além da capital, as manifestações desta sexta-feira contra o regime, que está há mais de 40 anos no poder, seguem por todo o país. Em Benghazi, a segunda maior cidade do país, dezenas de milhares de líbios se reuniram no maior protesto local desde que explodiu a revolta. "Hoje, ao entardecer acaba o prazo, ou sai (Kadafi) ou se suicida", afirmou à agência de notícias EFE um dos revoltosos.
Símbolo - O que se vê pelas ruas do país nesses dias de caos e protestos - que se estendem há mais de uma semana - é a bandeira antiga do país, em vermelho, preto e verde com uma meia lua e uma estrela no centro. Ela se tornou o símbolo dos opositores, que se recusam a empunhar a cor verde, que relacionam ao governo do ditador.
A bandeira tricolor foi instaurada pelo rei Idris al Senussi quando o país obteve a independência da Itália em 24 de dezembro de 1951. Após a derrocada do monarca, em 1º de setembro de 1969, Kadafi o substituiu por outra totalmente verde, que identifica o islã.
(Com agência EFE)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

HORA MUNDIAL (Clique sobre o país ou região)

SEGUIDORES