10 de jul. de 2012

As estrelas de 2012: Oscar Pistorius


As estrelas de 2012: Oscar Pistorius

Ele dificilmente subirá ao pódio em Londres 2012. Não é impossível, mas a julgar pelas marcas de sua carreira, é improvável que consiga ir muito além das eliminatórias. O resultado, porém, pouco importa: a simples presença do sul-africano Oscar Pistorius nas provas dos 400m rasos e revezamento 4x400m farão das primeiras baterias uma atração tão grandiosa quanto as finais.
Nascido sem as fíbulas devido a uma doença congênita, Pistorius teve as pernas amputadas abaixo dos joelhos aos 11 meses de idade. O que poderia ter sido uma limitação prematura e definitiva de seus movimentos mostrou-se um obstáculo contornável com o uso de próteses. O garoto praticou rugby, pólo aquático e tênis, mas encontrou na corrida seu esporte, aos 16 anos
Em Atenas 2004, aos 17, Pistorius participou dos Jogos Paralímpicos na categoria T44. Conquistou ouro nos 200m e bronze nos 100m rasos. Seu desempenho extraordinário, próximo ao de atletas olímpicos, logo gerou controvérsia sobre suas próteses: elas ajudariam ou não seu desempenho?
Em 2007, um estudo científico da Universidade de Colônia, na Alemanha, concluiu que Pistorius usa 25% menos energia que um atleta comum. No início do ano seguinte, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) proibiu o atleta de participar das competições da entidade, inclusive os Jogos de Pequim 2008.
Pistorius recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que lhe deu razão pelo fato de que o estudo não levava em conta sua desvantagem no momento da largada. O atleta não conseguiu, no entanto, o índice necessário para competir nos Jogos Olímpicos de Pequim, mas esteve presente nos Jogos Paralímpicos e conquistou três ouros, nos 100m (veja o vídeo abaixo), 200m e 400m rasos.
Mas o sul-africano tinha planos mais ambiciosos para Londres 2012, quando pretendia participar dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O primeiro grande passo foi dado no Mundial de Atletismo de Daegu em 2011, quando chegou às semifinais dos 400m e ganhou a prata com a equipe de seu país no revezamento 4x400m – Pistorius não correu a final, mas participou da semifinal.
Neste ano, o atleta viveu a longa expectativa de conseguir o índice olímpico. Apesar de não ter conseguido repetir a marca necessária até o último fim de semana, prazo final para a classificação, Pistorius foi chamado para defender a África do Sul no revezamento 4x400m. Posteriormente, o comitê sul-africano acabou convocando-o para participar também da competição individual dos 400m.
A generosidade dos sul-africanos ao rever o critério de classificação pode ser alvo de críticas, mas elas seguramente não partirão da organização de Londres 2012 e do Comitê Olímpico Internacional. Afinal, se o mote desta edição dos Jogos é utilizar o esporte como inspiração para que a população se torne fisicamente ativa, é difícil pensar em um exemplo de esforço e superação melhor que Pistorius.

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