O custo gira em torno de R$ 180 mil. A prótese ainda não é oferecida pelo SUS, mas, segundo especialistas, pode ser conseguida pelo INSS.
Ter liberdade para ir a qualquer lugar sozinha. A independência foi a principal conquista que a nova prótese deu a bancária Suellen Duque: "Acho que o sonho de toda pessoa que tem alguma dificuldade, alguma deficiência é ter a vida mais próxima do normal, a que você tinha antigamente. Toda essa vida que eu estou retomando hoje é extremamente importante para o psicológico, para o emocional"
Suellen precisou amputar a perna na altura da virilha por causa de um tumor no fêmur há quatro anos. Desde então, usava uma prótese convencional: "Eu cansava muito rápido. Não conseguia fazer exercício, tinha uma vida bastante sedentária. Com essa prótese, eu consigo recuperar a qualidade de vida. Tinha que fazer um jogo do quadril para conseguir dobrar o joelho e depois dobrar o quadril. Hoje eu já consigo chegar e sentar".
Há dois meses, ela experimenta um novo modelo de prótese com uma tecnologia bem mais avançada. A primeira a ser usada na América do Sul.
A antiga prótese tem uma dobradiça com elástico e é preciso o impulso do corpo para iniciar o movimento. A nova é computadorizada, vem com um joelho eletrônico que se articula em diversos ângulos. Permite que a velocidade dos movimentos se ajuste automaticamente ao ritmo exigido pela pessoa, o que torna os passos mais naturais.
“Quando nós caminhamos, a gente realiza alguns movimentos de rotação, deslocamento lateral da pélvis. Essa articulação consegue simular esses movimentos e deixa a marcha bem mais natural”, explica o fisioterapeuta José André Carvalho.
“Eu tenho a segurança e a liberdade de andar sem ter de me preocupar se tem rampas, se tem escadas ou se tem alguém do meu lado para eu me apoiar. Sem contar que antes eu caia muito e hoje em dia, eu não caio mais”, conta Suellen.
A prótese hidráulica de quadril foi desenvolvida por uma empresa alemã e uma clínica de Campinas é a única certificada no país para usar a tecnologia. O custo gira em torno de R$ 180 mil. Ela ainda não é oferecida pelo Sistema Único de Saúde, mas, segundo especialistas, pode ser conseguida pelo INSS.
O trabalhador precisa contribuir para a Previdência Social e comprovar que o equipamento de alta tecnologia pode recolocá-lo no mercado de trabalho.
"A prescrição de uma prótese tem que atender a necessidade específica de cada cidadão", comenta o fisioterapeuta.
A ciência que cria próteses foi uma das que mais avançaram nos últimos anos. Hoje já é possível substituir quase todas as partes do corpo. Infelizmente, nem todas as próteses, as mais avançadas, são fornecidas gratuitamente pelo governo. Em muitos casos, é preciso que a pessoa entre com processo, prove necessidade, mas no final vale a pena. Além da recuperação física há também a psicológica e emocional.
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