Columbário Medonho
MEMENTO, HOMO, QUIS PULUIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS
(LEMBRA-TE, Ó HOMEM, DE QUE ÉS PÓ, E AO PÓ HÁS DE VOLTAR)
Ó columbário misterioso, imponente, medonho, e antigo!
Acima de ti, jaz epitáfio esquecido desse chão memorial.
Depositário fiel dos materiais orgânicos, e tumbal abrigo,
Ó columbário faraônico, tão sombrio, tão tétrico e mortal.
Longe de mim, porém desse templo dos que já findaram.
Afasta agora de mim Meu Deus e Pai! Da-me um atalho!
Lúgubre recinto, hoje os espíritos, que a terra habitaram...
Meus ossos, já estou ouvindo baterem, feito um chocalho!
Construção decrépita, silencio reinante, místico sepulcral...
Traslada-me ó Deus, ainda vivo, desses sonhos temerários!
Sinto meus medos, meus terrores, meus temores e o mal,
Com os anjos desejaria brincar no teu céu feito os hilários...
Ó portal estranho da mística e eterna morada da escuridão
Atordoante conclusão final encerrando sonhos dos aflitos!
Ó portal medonho, funesto, cadeia que fechado esconde,
As lembranças da vida, do calor, das festas e dos conflitos...
Autor: Antônio Lidio Gomes