Pela primeira vez em quase 180 anos, os restos mortais do primeiro imperador brasileiro, Dom Pedro I - alojados no Parque da Independência, na zona sul da capital Paulista, desde 1972 - foram exumados para estudos. Também foram abertas as urnas funerárias das duas mulheres de Dom Pedro I: as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia.
Dom Pedro I casou-se com Dona Amélia em 1829, três anos depois da morte de sua primeira mulher, Dona Leopoldina. Por ter vivido pouco tempo no Brasil – cerca de 1 ano e meio –, é uma personagem histórica pouco conhecida por aqui.
DONA AMÉLIA
No caso da segunda mulher de Dom Pedro I, Dona Amélia de Leuchtenberg, a descoberta mais surpreendente veio antes ainda de que fosse levada ao hospital: ao abrir o caixão, a arqueóloga descobriu que a imperatriz está mumificada, fato que até hoje era desconhecido em sua biografia. O corpo da imperatriz, embora enegrecido, está preservado, inclusive cabelos, unhas e cílios. Entre as mãos de pele intacta, ela segura um crucifixo de madeira e metal.
Nem os descendentes da família imperial imaginavam que Dona Amélia, estava mumificada. Para os médicos envolvidos na pesquisa, o fato de ela ter os órgãos preservados abre várias possibilidades de estudo.
Uma das principais revelações do estudo arqueológico nas figuras históricas foi o fato de que D. Amélia de Leuchetenberg, segunda mulher de D. Pedro I, foi mumificada - um dado até aqui desconhecido de sua biografia. A imperatriz, que morreu em Lisboa em 1876 e cujos restos mortais foram trazidos à cripta do Ipiranga em 1982, conserva pele e órgãos internos intactos. Cabelos, cílios, unhas, globos oculares e órgãos como o útero estão preservados. "É uma das múmias em melhor estado de conservação já encontradas no País. Agora, precisamos pesquisar para entender exatamente por que ela ficou assim e, mais importante ainda, compreender melhor quem foi essa mulher, uma imperatriz esquecida na História do Brasil", diz a arqueóloga Valdirene Ambiel, responsável pelas pesquisas na cripta do Ipiranga. "Quando a trouxeram à cripta, em 1982, dizia-se que ela estava 'preservada', mas ninguém sabia que poderia ser considerada múmia." As causas exatas da mumificação de D. Amélia ainda estão sendo investigadas - não era comum entre a nobreza de Portugal que mulheres recebessem tratamento para ficarem preservadas. "Pode ter sido um 'acidente de percurso'. Ela foi tratada para ficar conservada alguns dias, para o funeral, e isso acabou inibindo o processo de decomposição", diz Valdirene. Os exames no Hospital das Clínicas revelaram uma incisão na jugular da imperatriz. Por ali, foram injetados aromáticos como cânfora e mirra. "No caso de D. Amélia, havia um forte odor de cânfora quando abrimos o caixão. Certamente, ajudou a anular o processo de decomposição." Também contribuiu para a mumificação, segundo a pesquisadora, a ausência de fatores para a decomposição. "A urna foi tão hermeticamente lacrada que não havia microrganismos para realizar a decomposição.Nem os descendentes da família imperial imaginavam que Dona Amélia, estava mumificada. Para os médicos envolvidos na pesquisa, o fato de ela ter os órgãos preservados abre várias possibilidades de estudo.
Tomografias
Fonte: Estadao.com.br
Fotos: Victor Hugo Mori
Formatação: Helio Rubiales
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