5 de set. de 2008

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A cerimônia de coroação de D. Pedro I como imperador do Brasil (imagem: reprodução de Coroação de D. Pedro I, de Jean Baptiste Debret).
Leopoldina, a esposa de D. Pedro I.

Quando chegou ao Brasil, Pedro tinha apenas nove anos (imagem: reprodução de D. Pedro de Alcântara, Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, de Jules Vauthier).


Os pais de D. Pedro I: D. João VI e Carlota Joaquina (imagens: reproduções de Retrato de D. João VI e Rainha Carlota Joaquina, de Jean Baptiste Debret).
INDEPENDÊNCIA OU MORTE!
Você sabe que ele disse essa frase, mas o que mais conhece a respeito de D. Pedro I?
Há 186 anos, no dia sete de setembro de 1822, D. Pedro I disse a frase que entraria para a História: “Independência ou morte!”, declarando, assim, que o Brasil deixava de ser uma colônia de Portugal para se tornar um país independente. Mas se isso você aprendeu na escola, aposto que ninguém lhe contou – ainda! – que D. Pedro I foi um menino que gostava de pregar peças nos outros, um adolescente namorador e um marido meio pão-duro. Pois agora você vai saber disso tudo – e muito mais – sobre um dos personagens mais importantes da nossa história: D. Pedro I!
INFÂNCIA DE PRINCIPE
Filho de D. João VI e Carlota Joaquina, Pedro nasceu em Portugal no dia 12 de outubro de 1798 e, até embarcar para o Brasil, no dia 27 de novembro de 1807, viveu no Palácio de Queluz junto com sua avó, apelidada de “Dona Maria, a Louca”.
Ainda menino, ficou deslumbrado com o uniforme de um general francês que se apresentou na corte de D. João VI como embaixador da França. Tanto encantamento fez com que seu pai pedisse o uniforme emprestado, para fazer um igual para ele e o filho.
Pedro chegou ao Brasil aos nove anos de idade. No Rio de Janeiro, onde passou a viver, cresceu muito livre e solto. Gostava de pregar peça nos outros e de brincar de soldado e de guerra com seu irmão mais novo, Miguel, com quem também brigava muito. “Além disso, apreciava a companhia das pessoas mais simples e fazia muitos exercícios: andava a cavalo, por exemplo, pois montava muito bem”, conta a historiadora Isabel Lustosa, da Fundação Casa de Rui Barbosa. Para completar, quando criança, aprendeu marcenaria e música
D.PEDRO I: JEITO DE SER
D. Pedro I sempre apresentou uma personalidade difícil. “Ele era impulsivo, sujeito a ataques de fúria sucedidos por grandes arrependimentos, algo que talvez se devesse ao fato de ser epilético”, conta Isabel Lustosa, referindo-se à doença que D. Pedro I apresentava, caracterizada por convulsões e crises de perda de consciência. Apesar disso, D. Pedro I era muito ativo: costumava acordava cedo e estava sempre em movimento. “Durante a adolescência, revelou-se um grande namorador, o que continuou sendo a vida toda, mesmo depois de casado”, conta Isabel Lustosa.
MARIDO NOTA ZERO
Leopoldina, a esposa de D. Pedro I.D. Pedro I foi um marido infiel e muito duro com sua primeira mulher: Dona Leopoldina. Sua esposa o amava e sofreu por ele, mesmo casado, continuar a se encontrar com outra mulher: a Marquesa de Santos. Além disso, D. Pedro I era avarento, ou seja, pão-duro. Como resultado, sua esposa vivia de forma muito pobre. Circulava também o boato de ele, eventualmente, ter batido nela – um horror!
AMIGOS DO PEITO
Apesar de ser uma pessoa difícil de lidar, D. Pedro I teve alguns amigos próximos. Um deles era conhecido como Chalaça: um sujeito engraçado, que era seu companheiro para farrear. Eles andavam sempre juntos. “Já na vida política, D. Pedro chegou a ser muito amigo de seu ministro José Bonifácio”, conta Isabel Lustosa. “Depois, porém, rompeu com ele e o expulsou do Rio de Janeiro.” Banido do Brasil, José Bonifácio viveu na França por mais de seis anos. Quando retornou ao Rio de Janeiro, em 1829, D. Pedro o recebeu como se a amizade fosse a mesma do começo. Apesar do que havia feito com ele, D. Pedro considerava José Bonifácio um “verdadeiro amigo”, tanto que quando teve que abrir mão do trono brasileiro, o nomeou o responsável por seu filho D. Pedro II, que continuou no Brasil.
NA HISTÓRIA BRASILEIRA
D. Pedro I foi um personagem muito importante para a História do nosso país, em especial para a independência do Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822 – o “Dia do Fico”, em que disse a famosa frase “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico” –, ele recusou-se a voltar a Portugal, como lhe era exigido, e, uma vez no Brasil, assumiu as causas dos brasileiros como uma causa sua.
A cerimônia de coroação de D. Pedro I como imperador do Brasil (imagem: reprodução de Coroação de D. Pedro I, de Jean Baptiste Debret). “Essa decisão influiu no destino do nosso país, pois, se D. Pedro I não tivesse ficado aqui, provavelmente o Brasil se dividiria em vários países, como ocorreu nas áreas do continente americano que ficaram sob domínio espanhol”, explica Isabel Lustosa. Para você ter uma idéia, a América Central, por exemplo, foi colônia espanhola e hoje está dividida em vários países, como Costa Rica e Nicarágua, em parte por não contar com um governo único e centralizado na época da colonização. D. Pedro I, ao ficar no Brasil, desempenhou esse papel de centralizar o poder após a independência, contribuindo assim para manter o nosso país unido. Caso D. Pedro I tivesse partido, porém, não é provável apenas que o Brasil tivesse se dividido. Talvez ele também não tivesse continuado a ser uma monarquia – a única das Américas – como ocorreu. Afinal, apenas em 1889, o Brasil se tornaria uma república. Nem tudo, porém, são flores. É preciso lembrar que o fato de o Brasil ter continuado a ser uma monarquia após a independência – e ter como imperador alguém que mantinha uma ligação muito próxima com Portugal, como D. Pedro I – prejudicou a política e os interesses do Brasil em vários pontos. Assim são a História e os personagens que fazem parte dela: repleta de ações que têm conseqüências ao mesmo tempo boas e ruins.
Bia Aparecida
Ciência Hoje das Crianças

Nenhum comentário:

Postar um comentário

HORA MUNDIAL (Clique sobre o país ou região)

SEGUIDORES