Maior acelerador de partículas do mundo começa a operar
Primeiro feixe de prótons foi introduzido no início desta quarta-feira (10).O LHC consumiu 20 anos e mais de 3 bilhões de euros para ser construído.
Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo
O LHC, maior acelerador de partículas do mundo, recebeu seus primeiros feixes de prótons nesta quarta-feira (10). As primeiras tentativas foram iniciadas pelos cientistas por volta das 4h30 (9h30 no horário suíço). Tudo correu conforme as expectativas, e o mundo não acabou -- nem vai acabar, segundo os responsáveis pelos experimentos. A equipe do Cern (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear) está transmitindo os eventos ao vivo pela internet, com direito a passagens pelo centro de controle e entrevistas com cientistas. "Há duas emoções, o prazer de completar uma grande tarefa e a esperança de grandes descobertas à nossa frente", disse o diretor-geral do Cern, Robert Aymar.
O projeto, que custou, por baixo, 3 bilhões de euros (há quem diga que o valor total chegou a 10 bilhões), estava sendo gestado nas últimas duas décadas.
Grosso modo, o LHC (sigla para Grande Colisor de Hádrons) é uma espécie de "rodoanel" para prótons, as partículas que caracterizam os elementos existentes no universo. Um túnel circular de 27 km, localizado sob a fronteira entre a Suíça e a França, ele usará poderosíssimos ímãs, construídos com tecnologia de supercondutores, para acelerar feixes de partículas até 99,99% da velocidade da luz. Produzindo um feixe de prótons em cada direção, a idéia é colidi-los quando estiverem em máxima velocidade. O impacto é capaz de simular condições próximas às que existiram logo após o Big Bang, gerando um sem-número de partículas elementares. Uma forma simples de imaginá-lo é como uma imensa máquina de esmigalhar prótons, colidindo-os uns com os outros. Os caquinhos que emergirem das colisões são as partículas que os cientistas pretendem estudar. Mas isso ainda terá de esperar um pouco.
Hoje não haverá colisão. "Os feixes apenas girarão em direções opostas, sem colidir uns com os outros", completa, dizendo que as primeiras colisões ainda precisarão de pelo menos 60 dias para acontecer. Aí sim começarão as atividades científicas.
Salvador Nogueira-G1 -s.Paulo
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