14 de nov. de 2008

D.PEDRO III, O IMPERADOR QUE NÃO EXISTIU

Pedro Augusto na infânciaO Imperador D.Pedro II em 1876
Nesta foto da familia Imperial, tirada em 1888, Pedro Augusto, já adulto, aparece à direita de seu avô, D.Pedro II. No ano seguinte seria proclamada a República do Brasil.
D. Pedro III, o imperador que não existiu
Conheça o neto de D. Pedro II que não herdou o trono por causa da proclamação da República

Ele era o neto preferido de D. Pedro II e forte candidato ao trono brasileiro. Até que certos acontecimentos destruíram o seu sonho de ser imperador do Brasil, como a proclamação da República, realizada em 15 de novembro de 1889. Desde então, esquecido, esse personagem da História pouco aparece nos livros sobre a família imperial. Para quem ainda não o conhece, porém, apresentamos Pedro de Alcântara Augusto Luís Maria Rafael Gonzaga de Saxe-Coburgo e Bragança: o – ufa! – “Nesta foto da família imperial, tirada em 1888, Pedro Augusto, já adulto, aparece à direita de seu avô, D. Pedro II. No ano seguinte, seria proclamada a República no Brasil.” terceiro imperador do Brasil.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1866, Pedro Augusto era o primeiro filho da princesa Nesta foto da família imperial, tirada em 1888, Pedro Augusto, já adulto, aparece à direita de seu avô, D. Pedro II. No ano seguinte, seria proclamada a República no Brasil., a filha mais nova de D. Pedro II. O imperador tinha muita afeição por esse neto, o mais parecido fisicamente com ele, e depositava enorme esperança de que o menino o substituísse no futuro. Para tanto, orientava-o e verificava pessoalmente sua educação. “D. Pedro II, até o fim da vida, amparou o neto que adorava. Ele era um rapaz belíssimo, adorado pelo povo do Rio de Janeiro, que fazia fila à porta de sua casa para vê-lo entrar e sair a cavalo”, diz a historiadora Mary Del Priori, autora do livro O Príncipe Maldito, da Editora Objetiva, que conta a história de Pedro Augusto e do Brasil da época.

Nascimento inesperado

O neto predileto do imperador cresceu cercado de carinho e expectativas. Afinal, somente se a filha mais velha de D. Pedro II, Isabel, sua tia, tivesse um menino, Pedro Augusto teria a coroa ameaçada. Isso porque, pela ordem de sucessão, o filho de Isabel é quem deveria ser o terceiro imperador do Brasil. A princesa, porém, ainda não tinha um herdeiro, mesmo estando casada há dez anos com o Conde D’Eu.

A história, porém, mudou com o anúncio da gravidez de Isabel. Depois de muito tempo casada, ela teve, finalmente, um filho, que representava uma grande ameaça aos sonhos de Pedro Augusto. Mesmo à sombra do primo, porém, o neto predileto de D. Pedro II cresceu com fortes expectativas de, no futuro, governar o Brasil. Tanto é que foi educado nos melhores colégios e se formou em engenharia.

Já adulto, Pedro Augusto começou a se envolver com assuntos políticos, mantendo a esperança de herdar o trono. Ele era inteligente e admirado por todos. Mas o Brasil passava por grandes mudanças. O país estava dividido. Fatos como a abolição da escravidão e a idéia de que o Brasil não devia mais ser comandado por um imperador – e sim por representantes eleitos pelo povo, transformando-se numa República – ameaçavam e aumentavam a pressão sobre a família imperial.

Doente e esquecido

Em 1889, de fato, a República acabou sendo instaurada no Brasil, apesar de muitos conflitos. Com isso, a família imperial teve que partir para a Europa. Junto com ela, seguiu Pedro Augusto, o “quase” terceiro imperador do Brasil. Em meio a tantos acontecimentos, ele adoeceu e enlouqueceu. De volta à Áustria, após longos tratamentos na Europa, foi internado em um manicômio, onde morreu, em 1934, aos 68 anos, longe do sonho de um dia ser o terceiro imperador do Brasil.

Por que será, porém, que o neto preferido de D. Pedro II quase não é mencionado quando o assunto é a época em que o Brasil foi um império? “A história explica a razão: os monarquistas – isto é, as pessoas que defendiam que o Brasil devia continuar a ser uma monarquia, sendo governado por um imperador – nunca quiseram que viessem à tona as tensões dentro da família imperial. Como falar em Pedro Augusto é falar de loucura e traição, no entender de alguns, isso mancharia a idéia de uma família impecável, sem ódios ou outros sentimentos comuns às famílias normais”, conta Mary Del Priori.

De fato, a história de Pedro Augusto é diferente da maioria dos contos de fadas, em que príncipes e princesas vivem felizes para sempre. Mas conhecê-la, ainda mais às vésperas de mais um aniversário da proclamação da República, é algo importante. Afinal, se ele tivesse realizado o seu sonho, certamente você gostaria de saber quem foi o terceiro imperador do Brasil, não é?


Cathia Abreu

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