11 de nov. de 2010

'Senna' por Senna


Documentário que chega nesta sexta-feira aos cinemas traz imagens de arquivos e é narrado pelo próprio piloto, por meio de entrevistas concedidas durante a carreira
Ronaldo Pelli
Estreia nesta sexta-feira (12) um documentário que promete colocar o piloto que virou sinônimo de vitória e de patriotismo no Brasil narrando a sua própria trajetória.
O filme foge do padrão de entrevistas, que parece ter virado uma regra para (quase) todos os documentários que são feitos hoje. Em “Senna”, é o próprio piloto, por meio de uma série de entrevistas concedidas em toda a sua carreira, quem narra os acontecimentos que presenciamos na tela. O diretor teve acesso a mais de cinco mil horas de gravações, incluindo os arquivos multicâmeras do Bernie Ecclestone (diretor comercial da F-1) e filmagens caseiras Super 8 que o Leonardo Senna.
Morto em um inesquecível acidente na curva Tamburello dia 1° de abril de 1994, durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 de Ímola, é difícil explicar para quem não acordava cedo aos domingos a importância do piloto – mesmo para quem nem sabe dirigir.

É difícil, mas não impossível. O professor Paulo Scarduelli tentou, na edição de março da “RHBN”. Ele avaliou a repercussão que a morte do ídolo nacional teve em seis diferentes jornais brasileiros. Todos deram grande destaque para o acidente, como é de se supor. O “Jornal do Brasil”, por exemplo, reservou 39% de suas reportagens para falar sobre o piloto. “Folha” e “Estadão” colocaram 14 páginas. “No total, incluindo os anúncios, os seis jornais reservaram 340 páginas para o tema”, escreveu ele. “Cobertura da mídia como aquela, o Brasil só tinha visto até então na morte do presidente Tancredo Neves, em 1985.”

Senna era ídolo, mas não só no Brasil, como, aliás, comprova o documentário, dirigido pelo britânico de ascendência indiana Asif Kapadia, e roteirizado pelo indiano Asif Kapadia.

No longa, além do acidente há momentos memoráveis da carreira de Senna, como a corrida de 1989 no Japão, quando o brasileiro e o seu principal rival, o francês Alain Prost - retratado como uma espécie de arqui-inimigo -, se envolveram num controverso acidente que acabou dando o título daquele ano para o francês. Ou a famosa vitória em 1991 no GP do Brasil, onde Senna, apesar de bicampeão, nunca tinha vencido antes. Seu carro estava com um problema e, ao fim da corrida, só a sexta marcha funcionava. Ficou para a História a imagem dele no pódio, no fim das forças, tentando suspender o troféu de campeão.

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