30 de jul. de 2009

SÃO PAULO AINDA MAIOR?

São Paulo ainda maior

Uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes, 5,6 mil prédios e trânsito com frota estimada em 6 milhões de automóveis parece enorme aos seus moradores. Mas pode crescer ainda mais.

Julho 30, 2009 07:56 PM

Da Revista Sustenta

Estudo encomendado pela Prefeitura de São Paulo à Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado constatou que, até 2012, a cidade suporta mais 23 milhões de metros quadrados sem danos para o trânsito ou consequências ambientais. Mas o que isso significa? Em termos práticos, a área equivale a 1.543 prédios e residências, mesmo número que foi lançado entre janeiro de 2005 e abril de 2009.


O cálculo foi feito para que se defina a capacidade de adensamento e verticalização de 90 regiões da cidade, denominadas “bacias de tráfego”. Com base em dados de 2005, uma reportagem da Agência Estado cruzou as informações com os lançamentos registrados na Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) e constatou que os bairros com maior capacidade para receber novas moradias nos próximos três anos são Mooca (zona leste), Vila Mariana e Moema (ambas na zona sul).


O estudo da Secretaria de Transportes considerou as seguintes variáveis para definir a capacidade ideal de adensamento para uma região: condição das vias e dos ônibus, capacidade das calçadas, emissões veiculares, produção de ruídos e vibrações, quantidade de acidentes de trânsito e viagens internas, fatores que levam em conta o deslocamento entre moradia e trabalho. "São Paulo tenta há 30 anos fazer um estudo semelhante a esse para que a cidade possa crescer com planejamento. É um estudo inédito no Brasil", afirmou à Agência Estado o arquiteto e urbanista Cândido Malta, que coordenou o estudo.


Com base nessa lógica, por exemplo, o bairro de Sapopemba (zona leste), com muitas moradias, mas poucos empregos, foi indicado como um bom lugar para receber prédios comerciais. Na contramão, bairros do centro expandido como Moema, Vila Mariana, Perdizes, Itaim Bibi, Consolação, Campo Belo e Tatuapé, que perderam população entre 1991 e 2000, foram sugeridos para receber mais construções residenciais.


Habitação popular


O mesmo estudo constatou que, nos 3,6 milhões de metros quadrados que receberão moradias para população de baixa renda, cabem 600 mil pessoas. Os cálculos levaram em conta apenas as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), áreas do centro da cidade definidas pelo Plano Diretor Estratégico como destino de habitações populares, que deverão receber parcerias com incorporadores imobiliários. Essas regiões podem receber 91.205 habitações de interesse social (HIS) e 62.931 habitações de mercado popular (HMP). Cada moradia deverá receber subsídio entre R$ 16 mil e R$ 17 mil.

De acordo com o Plano Diretor Estratégico, uma zona especial deve ter 40% de HIS (para famílias com renda de até seis salários mínimos), 40% de HMP (famílias com renda entre seis e 15 salários mínimos) e 20% de uso misto.

Nova Luz


A região da Nova Luz, no centro de São Paulo, é uma das Zeis que deve ser adensada pelo governo. A área de 80 mil metros quadrados deverá receber mais 8 mil moradores, além dos 10 mil atuais. Após a revitalização do bairro, sua densidade demográfica deverá atingir o recorde de 350 habitantes por hectare. Hoje, o maior adensamento está no bairro da Bela Vista, com 222 habitantes por hectare.


A Secretaria de Estado da Habitação prevê para agosto o início da construção de dois prédios da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), com 153 unidades ao todo, na antiga Cracolândia. A prefeitura da cidade ainda pretende atrair empresas para a região, por meio de benefícios fiscais. Das 23 empresas habilitadas em 2007 para receber os incentivos, duas já estão na Nova Luz.

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