24 de jan. de 2011

Marcos da história de São Paulo - 457 anos



Saiba quais personagens, obras de arte, eventos culturais e outros acontecimentos foram importantes para a cidade

Por Redação VEJA SÃO PAULO | 26.01.2011

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Personalidades marcantes: Cacilda Becker, Paulo Autran, Elis Regina, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
por Geraldo Guimarães/Mario Llaguno/Divulgação/Carol Guedes/FolhaImagem
Ouvimos 78 especialistas para eleger os personagens que influenciaram e retrataram, cada um à sua maneira, a alma da cidade. Na escolha não entraram pessoas vivas. O júri também apontou obras de arte, eventos culturais e acontecimentos que chacoalharam nossa fervilhante metrópole de 457 anos, a ser comemorados nesta terça — além de fatos tristes que deixaram cicatrizes na memória paulistana.
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  • “São Paulo é uma Suíça cercada de Biafras. O desafio é transformar as Biafras em Suíças.” A frase, que compara regiões da capital com a província da Nigéria castigada por uma guerra civil nos anos 60, era repetida por Olavo Egydio Setubal para resumir a tarefa de governar a maior cidade do país. Mais conhecido por ter comprado um inexpressivo banco de nome Itaú — e tê-lo transformado em uma das maiores instituições financeiras privadas do Brasil —, ele foi prefeito nomeado de São Paulo entre 1975 e... » Leia mais

  • Ela não nasceu aqui. Também não foi nas nossas rádios que deu os primeiros passos, muito menos a sua adoração se restringiu ao público paulistano. Entre as personalidades ouvidas nesta enquete, porém, a voz mais citada foi a da intensa cantora gaúcha Elis Regina (1945-1982). “Elis nunca foi de exaltar São Paulo em seu repertório, mas se identificou totalmente com a cidade desde que veio para cá, ainda jovem”, afirma Lauro Lisboa Garcia, repórter e crítico musical do jornal "O Estado de S. Paulo". Nascida numa família pobre... » Leia mais

  • O uniforme do São Paulo Futebol Clube ostenta três estrelas vermelhas, referências aos títulos mundiais de 1992, 1993 e 2005. Traz ainda duas estrelas douradas. Ao contrário do que imaginam muitos são-paulinos, elas não fazem alusão ao futebol. São uma homenagem aos recordes mundiais no salto triplo do paulistano Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001), obtidos em 1952 e 1955. “Não tivemos um jogador de futebol em São Paulo com a expressão dele”, diz o jornalista e pesquisador Celso Unzelte. Adhemar foi o primeiro brasileiro a alcançar duas medalhas... » Leia mais

  • No primeiro minuto de 25 de janeiro de 1954, badaladas de sinos de igrejas começaram a ecoar pela cidade. Logo, juntaram-se a elas as sirenes das fábricas. O som anunciava o início das comemorações do quarto centenário de São Paulo. No mesmo dia, milhares de pessoas tomaram as ruas do centro para festejar e assistir à inauguração da Catedral da Sé (ainda inacabada após quatro décadas de obras). “Foi o ano da vanglória e do ufanismo paulistano”, diz o jornalista, escritor e articulista de VEJA Roberto Pompeu de... » Leia mais

  •  Confira abaixo 27 dias especiais na história de São Paulo:  + Veja mais personagens marcantes da cidade       » Leia mais

  • Realizado em 1964 pelo cineasta Luiz Sérgio Person (1936-1976), “São Paulo Sociedade Anônima” virou um clássico no decorrer das décadas seguintes, sobretudo por ser uma pioneira radiografia da cidade. Em magnífico preto e branco, o filme traz o drama de Carlos (papel do então estreante Walmor Chagas), ambicioso homem da metrópole que, de empregado, se torna sócio numa fábrica de autopeças. Ambientada entre 1957 e 1961, a fita faz uma afiada análise da industrialização e de como ela se reflete na vida dos paulistanos. “Além de ainda esteticamente... » Leia mais

  • Cacilda Becker (1921-1969) não era bonita. Tinha um nariz grande, traços marcados e um sotaque esquisito que misturava o dos antepassados alemães e italianos com o do interior paulista de sua cidade natal, Pirassununga. Se o tipo físico não contribuiu para eternizar sua imagem — participou só de dois filmes e não teve tempo de ser tentada pelas novelas da TV —, foi o maior aliado para torná-la atriz de qualquer papel. Ela interpretou um menino em Pega Fogo (1950), cinco anos depois a rainha de “Maria Stuart”... » Leia mais

  • Em quase seis décadas e noventa peças, o ator Paulo Autran (1922-2007) construiu uma trajetória que serve de exemplo a cada artista brasileiro. Com o mesmo empenho dos que ajudaram a erguer São Paulo, esse carioca radicado aqui desde a infância solidificou uma carreira que transformou as feições do nosso teatro. “Era um ator de ofício, que se cobrava a responsabilidade de estar em cartaz, um comportamento que hoje só se aproxima do de Antonio Fagundes e Irene Ravache”, afirma o diretor Eduardo Tolentino de Araújo. Autran abandonou... » Leia mais

  • Não foram poucos os crimes envolvendo figuras paulistanas ou acontecidos aqui que sacudiram o noticiário policial nas últimas décadas. Nos anos 60, o pesadelo atendia pelo nome de Chico Picadinho, alcunha de Francisco Costa Rocha, assassino e esquartejador de duas mulheres. A década seguinte foi marcada pelo Bandido da Luz Vermelha, que cortava a energia da casa de suas vítimas e irrompia no escuro com uma lanterna cor de sangue. Ele matou quatro pessoas e foi responsabilizado por mais de 100 roubos. Na virada do século XX, a... » Leia mais

  • Aos olhos de quem estava de fora, parecia roteiro de um conto de fadas, mas para os familiares se tratava de uma sinopse de filme sem final feliz. Em 1961, Maria Pia Matarazzo, atualmente com 68 anos, filha caçula de Francisco Matarazzo Jr. (1900-1977), casou-se com o engenheiro Roberto Lee (1934-1975), então com 26. Realizada na esplendorosa mansão dos Matarazzo na Avenida Paulista, a cerimônia teve mais de 1.000 convidados, que beberam champanhe ao som de uma orquestra. “Usei fraque pela primeira e única vez na vida”,...» Leia mais

  • Apaixonados por artes plásticas, cultos e refinados, Yolanda Penteado (1903-1983) e Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo (1898-1977), ajudaram a transformar São Paulo na capital cultural da América Latina. Locomotivas da vida artística paulistana, eles reuniram em 1948 obras de seu acervo particular — com assinaturas de Alfredo Volpi, Di Cavalcanti e Marc Chagall, entre outros — para fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo, sediado na então badalada Rua Sete de Abril, no centro. Três anos depois, fizeram a primeira edição da Bienal de Artes de... » Leia mais

  • A cena retratada na foto é uma das responsáveis por fazer do pintor Flávio de Carvalho uma figura polêmica da história de São Paulo. Em 1956, ele caminhou pela então elegante e badalada Rua Barão de Itapetininga trajado de saia, meia-calça e blusa feminina. O que o público interpretou como um vexame foi chamado pelo artista de Experiência nº 3. “Se as pessoas têm preconceito hoje, imagine naquela época”, diz o apresentador de televisão Amaury Jr. Pois é, o termo “happening” ainda nem existia e Flávio já o... » Leia mais

  • Primeiro, houve um clarão e o barulho de um choque. Em seguida, o fogo, que chegou à temperatura de 1000 graus. As imagens transmitidas pelos noticiários só permitiam ver um pedaço da cauda de um avião da TAM. No dia 17 de julho de 2007, uma terça-feira, às 18h48, o Airbus A320, que vinha de Porto Alegre, não conseguiu pousar na pista do Aeroporto de Congonhas. Sobrevoou a Avenida Washington Luís e explodiu num prédio de carga da própria empresa aérea. Morreram 199 pessoas no voo 3054. Foi... » Leia mais

  • Nascida em Capivari, no interior do estado, Tarsila do Amaral (1886-1973) cumpriu um papel fundamental na linha do tempo da arte brasileira. A boa posição financeira herdada da família permitiu a ela viajar para a Europa várias vezes para estudar. Em uma dessas viagens, em 1923, ao lado do namorado Oswald de Andrade, travou contato com a vanguarda em uma Paris efervescente. A influência marcou sua produção. “Operários”, a obra mais votada pelos especialistas ouvidos por VEJA SÃO PAULO, foi pintada somente em 1933 (pertence hoje ao acervo... » Leia mais

  • “Eu insulto o burguês! / O burguês-níquel, o burguês-burguês! / A digestão benfeita de São Paulo.” Os famosos versos de “Ode ao Burguês” integram o livro “Pauliceia Desvairada”, lançado pelo escritor Mário de Andrade (1893-1945) em 1922. Por sua relação visceral com a metrópole, as obras de Mário de Andrade foram as mais citadas pelos especialistas em literatura consultados por VEJA SÃO PAULO. “Na obra, a cidade não aparece como cenário, mas como protagonista”, afirma o professor Samuel Titan Jr., coordenador executivo do Instituto Moreira Salles. “Mário mostra... » Leia mais

  • Em 1968, um anti-herói bem paulistano surpreendeu o público das telenovelas, até então acostumado com mocinhos de bom coração. Protagonizada pelo ator Luiz Gustavo, “Beto Rockfeller”, escrita por Bráulio Pedroso para a extinta TV Tupi, trazia um pobretão que trabalhava em uma loja da Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, e se passava por bacana para circular entre os grã-finos da Rua Augusta. “Apesar da temática, pelas dificuldades de gravar cenas externas na época, 'Beto Rockfeller' só mostrava dois ou três lugares, e a cidade ficou meio escondida”, lembra... » Leia mais

  • Entoados com toda a força por Aldo Bueno, os 24 versos do samba-enredo “Orun Aiyê — O Eterno Amanhecer" consagraram a Vai-Vai como campeã do Carnaval de 1982. Durante sessenta minutos, a música acelerou os foliões vestidos com figurinos nas cores oficiais da escola, o preto e o branco, e fez tremer as arquibancadas armadas na Avenida Tiradentes, no centro. Na letra, escrita por Osvaldinho da Cuíca e Serginho Raro, são exaltados elementos da cultura afro-brasileira, principalmente do candomblé. Orun seria o espaço sagrado onde vivem os orixás,... » Leia mais

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