Após o terremoto de magnitude 8,9 queatingiu a costa do Japão, a usina nuclear Fukushima Daiichi interrompeu seu funcionamento. Entenda os riscos de vazamentos radioativos na usina depois dos tremores registrados nesta sexta-feira (11) e neste sábado.
Como funciona
Normalmente, o sistema de segurança desliga automaticamente os reatores depois de tremores. Para que não permaneçam aquecidos, é preciso acionar um sistema de refrigeração. Por causa do tsunami, faltou eletricidade necessária para que isso acontecesse.
Normalmente, o sistema de segurança desliga automaticamente os reatores depois de tremores. Para que não permaneçam aquecidos, é preciso acionar um sistema de refrigeração. Por causa do tsunami, faltou eletricidade necessária para que isso acontecesse.
A liberação controlada do vapor radioativo foi determinada pelo governo japonês, como medida de emergência para evitar o risco de um acidente maior. A explosão do reator poderia provocar uma catástrofe nuclear.A água resfria os elementos combustíveis compostos de urânio enriquecido. Eles permanecem dentro de uma espécie de piscina. Resfriada, ela evita o acúmulo de vapor radiativo no vaso de contenção externo, feito de concreto. Se a água não for resfriada, válvulas liberam esse vapor, como forma de impedir uma pressão insuportável dentro da proteção externa e o superaquecimento dos elementos combustíveis.
"Depois de Chernobyl, não houve nenhum acidente importante. Isso deu aos engenheiros nucleares a certeza de que a tecnologia estava dominada. O acidente japonês vai destruir as esperanças de que a energia nuclear é uma energia limpa", disse o professor e físico José Goldemberg, em entrevista à equipe de reportagem do Jornal Hoje (veja no vídeo acima).
Perguntas e respostas
À agência Reuters, analistas e representantes da indústria comentaram os perigos na usina de Fukushima Daiichi. Afinal, o que aconteceu no lugar? "A mais provável [causa da explosão] é a substância de refrigeração, particularmente se é a água, que pode superaquecer e se transformar em vapor mais rapidamente do que foi projetado", responde Timothy Abram, professor de tecnologia de combustível nuclear na Universidade de Manchester.
Perguntas e respostas
À agência Reuters, analistas e representantes da indústria comentaram os perigos na usina de Fukushima Daiichi. Afinal, o que aconteceu no lugar? "A mais provável [causa da explosão] é a substância de refrigeração, particularmente se é a água, que pode superaquecer e se transformar em vapor mais rapidamente do que foi projetado", responde Timothy Abram, professor de tecnologia de combustível nuclear na Universidade de Manchester.
"Até agora parece que não é o núcleo do reator que foi afetado, o que seria uma boa notícia", completa Paddy Regan, da Universidade de Surrey. Para a World Nuclear Association, associação da indústria com sede em Londres, a explosão foi provavelmente devido à ignição de hidrogênio e ela seria pouco susceptível de causar um grande acidente. "É obviamente uma explosão de hidrogênio", confirma o diretor de comunicação Ian Hore-Lacy. "Se o hidrogênio foi inflamado, então ele já se foi, não representa mais qualquer ameaça."
Mas, depois dessa explosão, qual seria o perigo real? "O combustível do reator parece ter derretido ao menos parcialmente e a posterior explosão quebrou as paredes e o teto do recipiente de contenção", analisa o consultor de riscos Luke Stratfor. "Há relatos de fumaça branca. Talvez seja concreto em chamas, vindo do local da explosão, indicando uma violação da contenção e da fuga quase certa de quantidades significativas de radiação." Para Abram, no entanto, seria algo pouco provável.
"Se eles estão sugerindo que o reator está intacto e que eles têm uma maneira de obter água fria no núcleo do reator para esfriar esse núcleo, é uma notícia muito boa", diz Mark Hibbs, da organização Carnegie Endowment for International Peace.
Informações oficiais
Cerca de 45 mil pessoas que estão em um raio de 20 km da usina, no leste do Japão, foram orientadas a sair da região. Antes, o isolamento era de 10 km. No portão da usina, a radiação ficou oito vezes acima do normal.
Cerca de 45 mil pessoas que estão em um raio de 20 km da usina, no leste do Japão, foram orientadas a sair da região. Antes, o isolamento era de 10 km. No portão da usina, a radiação ficou oito vezes acima do normal.
Moradores da área receberam, em uma hora, radiação que seria tolerável para um ano. Na sala de controle, o nível de energia radioativa ultrapassou em mil vezes o permitido. Quem está fora da área atingida foi orientado pelo governo japonês a ficar dentro de casa, sem abrir portas e janelas. É indicado também que não bebam água da torneira.
A Agência Japonesa de Segurança Nuclear e Industrial descartou que o contêiner do reator tivesse sofrido danos sérios, informou a agência de notícias Kyodo.
Segundo o governo japonês e a empresa que opera a usina, a Tokyo Electric Power (Tepco), não houve vazamento radioativo considerável e o nível de radioatividade na região está baixando.
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