19 de fev. de 2009

CASO DA ADVOGADA NA SUIÇA: LÚPUS FOI A CAUSA?


Lúpus: doença pode 'enlouquecer'?

Lúpus. Esta seria a doença que acometeu a brasileira Paula Oliveira e a responsável pelo suposto comportamento psicótico da moça. É o que o advogado de defesa da brasileira, Roger Müller, afirmou nesta quinta-feira (19/02), segundo a BBC Brasil. Ele está discutindo duas a três estratégias para defendê-la, entre elas usar como atenuante o fato de ela sofrer de lúpus, uma doença inflamatória que, entre outros sintomas, poderia provocar distúrbios psicológicos. Médicos confirmam essa possibilidade.
"Dentro dos sintomas do que poderia estar acontecendo, existe a possibilidade de distúrbios neurológicos, convulsões e psicoses - que inclui a perda de contato com a realidade", afirma o Dr. Luiz Gonzaga Leite, chefe da Psiquiatria do Hospital Santa Paula (SP). "Há publicações que falam sobre isso. Esse paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico tem uma série de distúrbios hematológicos e neurológicos", diz. "E podem evoluir para a cerebrite, um estado convulsional grave".

De acordo com a Lupus Foundation of América, como 90% dos portadores da doença são mulheres - somando cerca de 1,5 milhão de americanas -, questões relacionadas à fertilidade e gravidez são muito importantes. Há quem advirta a paciente a abrir mão de ter filhos, mas as opiniões se dividem.

O lúpus é uma das doenças auto-imunes, aquelas em que o organismo reage contra ele mesmo, provocando inflamações e outros problemas que podem tanto ser controlados ao longo dos anos, como ser bem agressivos. Entre elas, temos a artrite reumatóide, a esclerose múltipla, a tireoidite, a psoríase e o lúpus. No caso do lúpus, que é uma doença crônica e pode afetar diversos órgãos do corpo, como pele, rins, articulações e sistema circulatório, pode haver o comprometimento da fertilidade.

"É necessário que a mulher portadora de lúpus tome alguns cuidados ao começar a tentar a engravidar, porque essas pacientes têm um risco aumentado de infertilidade e de abortamento", diz a doutora Silvana Chedid, especialista em reprodução humana e diretora da Clínica Chedid Grieco de Medicina Reprodutiva.

Surtos

De acordo com a doutora Silvana, a doença não tem causa conhecida e tampouco cura. "Sendo crônica, a doença apresenta fases de remissão e de surtos. Além disso, os medicamentos de controle da doença podem reduzir a fertilidade feminina. O planejamento de uma gravidez tem de levar em conta essas fases para não pôr em risco a vida da mãe ou ainda do bebê, que pode e deve ser saudável".

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