13 de fev. de 2009

NERVOS AMPUTADOS CONSEGUEM CONTROLAR NOVAS PRÓTESES



Pesquisadores conseguiram fazer 'ligação direta' com membros artificiais.
Abordagem pode se tornar caminho interessante para ajudar deficientes.
Cientistas conseguiram utilizar as terminações nervosas que haviam sido interrompidas por uma amputação para controlar um novo tipo de prótese. Os nervos que são cortados em extremidades amputadas até hoje só eram lembrados como possível fonte de problemas, nos casos de dores de difícil tratamento.
Os pesquisadores de Chicago desenvolveram uma forma de usar os nervos motores amputados. As terminações nervosas motoras são as responsáveis por transformar os comandos elétricos do cérebro em movimentos dos músculos. Através de uma técnica cirúrgica chamada de re-enervação muscular, os nervos motores cortados foram implantados nas extremidades também cortadas dos músculos anteriormente controlados pelos mesmos nervos.

A idéia é que os sinais elétricos nervosos são como que amplificados pelos músculos e podem ser captados e interpretados por chips nas próteses. A dificuldade das próteses atuais está na interpretação da intenção de movimento que se quer realizar. Para superar essa barreira foi necessário o desenvolvimento de softwares que identificam padrões de estímulos e os transformam em movimento das próteses.

Voluntários que passaram pelo processo de re-implantação dos nervos foram capazes de comandar movimentos delicados em uma simulação computadorizada. Os cientistas forneceram próteses computadorizadas a cinco participantes que foram capazes de realizar tarefas com as pulsos, cotovelos e mãos, com movimentos no mesmo tempo que controles sadios. A bioengenharia associada à robótica pode vir a permitir que pacientes amputados tenham próteses que façam movimentos cada vez mais naturais.

Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.

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