Pôster do partido UDC mostra ovelhas brancas expulsando uma ovelha negra do território suíço (Foto: Reprodução)Deputado afirmou que se agressor for do partido, será expulso.
Sigla marcada em brasileira faz alusão ao UDC, afirma cônsul.
O partido suíço Centro da União Democrática (em livre tradução, chamado UDC em francês) condenou nesta quinta-feira (12) o ataque feito contra a brasileira Paula Oliveira, de 26 anos. Em entrevista à agência Associated Press, o deputado do partido Oskar Freysinger afirmou que se ficar provado que o agressor é integrante do partido, ele será expulso.
“Este é um país com lei, onde todos os humanos merecem respeito”, disse Freysinger. “Se realmente foi alguém do nosso partido, nós não hesitaríamos um segundo. Essa pessoa seria imediatamente explusa”, afirmou o deputado, completando que o UDC não tem ligação com o neonazismo.
Segundo a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitoria Cleaver, a sigla SVP, que foi marcada na pele da brasileira durante agressão na Suíça, se refere ao Centro da União Democrática.
"Uma facção do partido tem uma posição muito dura em relação à questão da imigração. Um grupo era contrário ao referendo (que pode dar mais abertura a imigrantes no país). Acham que tem com o aumento da imigração tem trazido mais problemas, mais concorrência e piora no serviço de saúde e na criminalidade", disse ela em entrevista à Globo News.
No domingo, quase 60% da população foi favorável à abertura do país para mais dois países. Antes eram 25 e agora romenos e búlgaros também terão livre acesso à Suíça como integrantes da comunidade europeia. Assim, terão os mesmos direitos de trabalho.
XENOFOBIA
Considerado populista e xenófobo, o partido venceu as eleições federais realizadas no final de 2007 no país ao obter um resultado melhor que o esperado nas pesquisas, o que intensificou o debate sobre a continuidade do sistema de governo colegiado no país. Segundo analistas políticos a alta do partido extremista mostra vontade de ruptura frente aos partidos tradicionais suíços, o Socialista, que sofreu a maior queda, e os de centro-direita PRD e PDC.
Durante a campanha, um polêmico cartaz do SVP mostrava bem as posições políticas do partido. A imagem trazia três ovelhas brancas sobre uma bandeira da Suíça, enquanto uma ovelha negra era chutada para fora do espaço. Abaixo disso, a frase "Por mais segurança".
O cartaz foi associado a projetos contra a imigração no país e a campanha foi rejeitada por partidos mais moderados do país na época, que a consideraram racista. Ele abriu espaço para questionamentos sobre a "neutralidade" muitas vezes associada à Suíça.
AGRESSÃO
A advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, foi agredida por três homens brancos, com cabelo raspados, na noite de segunda-feira (9) em Dubendorf, cidade que fica perto de Zurique. Grávida de gêmeos havia três meses, ela acabou perdendo as crianças e sofreu cortes em todas as partes do corpo.
“Deram socos, chutaram e a cortaram com estiletes no corpo inteiro e até fizeram a sigla SVP nas pernas”, afirmou Paulo Oliveira por telefone, de Zurique, ao G1. “Eles tinham suásticas na cabeça”, informou ele.
Paulo Oliveira, que é secretário parlamentar, foi avisado por ela, por telefone, sobre o ocorrido na madrugada de terça-feira (10), pelo horário de Brasília. Em seguida, avisou ao deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE), para quem trabalha, e também o senador Marco Maciel (DEM-PE) e pegou o primeiro voo em direção a Zurique, juntamente com a mãe de Paula, Geni.
Do G1, com agências internacionais

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