Aposição de mãos
Estadão critica Lula por apoiar ofensiva da Universal à imprensa
Nesta quinta-feira (21), o jornal O Estado de S.Paulo declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser solidário aos atos de intimidação à imprensa. O jornal salienta que trata-se de uma campanha coercitiva sem precedentes no país.
O texto traz, também, uma conclusão por parte da ANJ (Associação Nacional de Jornais). A entidade, após análise das ações movidas pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), detectou que existe orquestração nos pedidos de indenização por afronta moral. A associação indica que os textos das ações são praticamente idênticos.
A declaração do jornal salienta que dois dos cinco juizes que até agora se manifestaram sobre as petições, recusaram-se a recolhê-las e condenaram seus autores por litigância de má-fé.
Sobre a reportagem da jornalista Elvira Ramos, que motivou o começo da série de ataques contra a imprensa, o Estadão diz que a matéria apontava direta ou indiretamente que Edir Macedo, fundador da Iurd, é o maior detentor de concessões na mídia eletrônica brasileira e que "a extensão financeira do conglomerado, registrada no paraíso fiscal de Jersey, no Canal da Mancha, serviria para esquentar os dízimos recebidos pela Universal".
O jornal salienta que é justa tanto a proposta de acusação feita pela igreja, quanto à chance dos jornais responderem de forma coerente às acusações. No entanto, segundo o Estadão, o presidente Lula foi precipitado ao declarar que as ações da igreja fazem parte de uma democracia saudável e que a imprensa pode pressupor o que quiser sobre isso, posto que há liberdade para tal.
"Se a igreja e o seu fantasticamente bem-sucedido CEO pedissem a abertura de processo contra o jornal e a jornalista, no foro apropriado, seria um caso legítimo de quid pro quo. Nessa hipótese, o presidente Lula estaria certo ao dizer que ···a liberdade de imprensa pressupõe isso···. Mas ele sabe que a liberdade de imprensa não pressupõe que a parte atingida responda com ações simultâneas em 20 Estados. Isso é uma tentativa torpe de amordaçar os meios de comunicação sob a capa de uma busca legítima de reparação pela via judicial".
O texto polemiza ao indicar que Edir Macedo e Lula são aliados. "Ora - mais uma vez a pergunta se impõe -, a quem o presidente pensa que engana? Ele e Edir Macedo são aliados que confraternizam ostensivamente. O braço político da Universal, o PRB, faz parte da coalizão lulista. A ele é filiado o vice José Alencar. E por aí se chega à essência da questão. A ameaça de fundo à liberdade de imprensa - e à democracia que, segundo Lula, a avalanche de ações retaliatórias "vai consolidando no Brasil" - reside na apropriação de um bem público, o espaço por onde trafegam os sinais de rádio e TV, por emissoras confessionais a serviço do interesse político de seus controladores. A concentração de poderes midiáticos em mãos de supostos salvadores de almas - que, de resto, se comportam como adeptos de Mammon, o deus pagão do dinheiro - não é menos nociva do que o chamado coronelismo eletrônico das oligarquias políticas regionais".
O jornal encerra a declaração dizendo que "governo algum tem o direito de prestigiar um grupo político indissociável de uma entidade religiosa. Mas é o que faz, sem tirar nem pôr, o governo atual
Nesta quinta-feira (21), o jornal O Estado de S.Paulo declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser solidário aos atos de intimidação à imprensa. O jornal salienta que trata-se de uma campanha coercitiva sem precedentes no país.
O texto traz, também, uma conclusão por parte da ANJ (Associação Nacional de Jornais). A entidade, após análise das ações movidas pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), detectou que existe orquestração nos pedidos de indenização por afronta moral. A associação indica que os textos das ações são praticamente idênticos.
A declaração do jornal salienta que dois dos cinco juizes que até agora se manifestaram sobre as petições, recusaram-se a recolhê-las e condenaram seus autores por litigância de má-fé.
Sobre a reportagem da jornalista Elvira Ramos, que motivou o começo da série de ataques contra a imprensa, o Estadão diz que a matéria apontava direta ou indiretamente que Edir Macedo, fundador da Iurd, é o maior detentor de concessões na mídia eletrônica brasileira e que "a extensão financeira do conglomerado, registrada no paraíso fiscal de Jersey, no Canal da Mancha, serviria para esquentar os dízimos recebidos pela Universal".
O jornal salienta que é justa tanto a proposta de acusação feita pela igreja, quanto à chance dos jornais responderem de forma coerente às acusações. No entanto, segundo o Estadão, o presidente Lula foi precipitado ao declarar que as ações da igreja fazem parte de uma democracia saudável e que a imprensa pode pressupor o que quiser sobre isso, posto que há liberdade para tal.
"Se a igreja e o seu fantasticamente bem-sucedido CEO pedissem a abertura de processo contra o jornal e a jornalista, no foro apropriado, seria um caso legítimo de quid pro quo. Nessa hipótese, o presidente Lula estaria certo ao dizer que ···a liberdade de imprensa pressupõe isso···. Mas ele sabe que a liberdade de imprensa não pressupõe que a parte atingida responda com ações simultâneas em 20 Estados. Isso é uma tentativa torpe de amordaçar os meios de comunicação sob a capa de uma busca legítima de reparação pela via judicial".
O texto polemiza ao indicar que Edir Macedo e Lula são aliados. "Ora - mais uma vez a pergunta se impõe -, a quem o presidente pensa que engana? Ele e Edir Macedo são aliados que confraternizam ostensivamente. O braço político da Universal, o PRB, faz parte da coalizão lulista. A ele é filiado o vice José Alencar. E por aí se chega à essência da questão. A ameaça de fundo à liberdade de imprensa - e à democracia que, segundo Lula, a avalanche de ações retaliatórias "vai consolidando no Brasil" - reside na apropriação de um bem público, o espaço por onde trafegam os sinais de rádio e TV, por emissoras confessionais a serviço do interesse político de seus controladores. A concentração de poderes midiáticos em mãos de supostos salvadores de almas - que, de resto, se comportam como adeptos de Mammon, o deus pagão do dinheiro - não é menos nociva do que o chamado coronelismo eletrônico das oligarquias políticas regionais".
O jornal encerra a declaração dizendo que "governo algum tem o direito de prestigiar um grupo político indissociável de uma entidade religiosa. Mas é o que faz, sem tirar nem pôr, o governo atual
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