15 de fev. de 2009

CORAÇÃO FORA DE COMPASSO PARA OS FUMANTES


CORAÇÃO FORA DE COMPASSO

A cardiologista Jaqueline Scholz Issa trabalha há 15 anos com o combate ao cigarro. Criou o Ambulatório de Tratamento de Tabagismo do Instituto do Coração (Incor) em 1996, uma referência no setor. Desenvolveu um software que mede o grau de dependência e ajuda na escolha dos medicamentos para cada caso. Há dois tipos de atendimentos: gratuito, via Sistema Único de Saúde (SUS), para quem tem problemas cardíacos; e por convênio, para todos. "O número de enfartes entre as mulheres está aumentando, em consequência da adoção de hábitos masculinos, como o tabagismo", alerta.

Segundo a médica, hoje há um arsenal de medicamentos que podem ser combinados, o que amplia as chances de sucesso. Mas o segredo para vencer o vício é mudar o estilo de vida. "Isso também inclui exercício."

Uma de suas pacientes é a dona de casa Leide Ferreira de Lima, de 45 anos, que fumava desde os 14 anos. Ela é portadora de miocardia aguda e já tinha tentado de tudo para deixar o cigarro - sprays, as piteiras anunciadas na televisão e até um creme dental. Nada deu certo. Seguindo o programa da médica, usou, a princípio, apenas adesivos de reposição de nicotina. Mas teve perda de concentração e uma insônia intensa. Foi indicado, então, o uso combinado de bupropiona, o que a acalmou. "Fiquei mais tranquila, mas, ainda assim, foi difícil parar. Exige força de vontade", conta. "Agora sinto-me melhor e mais disposta. E consegui engordar, o que era impossível quando fumava."

Já Edit Gonçalves, de 60 anos, que trabalha como contínuo no Incor, é cardíaca e aproveitou a conveniência de estar próxima do Instituto do Coração para seguir o programa. Começou usando o adesivo, mas não se sentiu bem. Desistiu e voltou a dar seus tragos. No ano passado, mudou de tratamento para a bupropiona. "O cigarro perde o gosto, fica ruim." Mesmo assim, teve uma recaída durante as festas de fim de ano, quando parou de tomar o remédio. Agora, está determinada a fazer nova tentativa, com o mesmo medicamento. "A maior dificuldade é pensar em não ter o prazer do cigarro na mão, principalmente quando se toma café", conta. "Mas vou conseguir desta vez."

Serviço

Prevfumo: tel.: 5904-8046

Ambulatório de Tratamento de Tabagismo do Incor: tel.: 3675-2629
Fonte: Fabiana Caso

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