14 de fev. de 2009

CRIACIONISMO RESISTE ÀS IDEIAS DE DARWIN

O repórter Marcos Uchôa viajou para os Estados Unidos e descobriu: em muitas escolas públicas protestantes, as aulas de ciência e religião ensinam a versão bíblica sobre o inicio da vida na Terra.


Por essa visão, a criação como revelada nas escrituras prevalece. Charles Darwin e a teoria da evolução das espécies ficam em segundo plano. Então, como os criacionistas americanos explicam os avanços científicos, o DNA, a datação dos fósseis ou a evolução planetária?

Entrevistar um dinossauro e estar próximo dele são ideias que só são possíveis em obras de ficção ou num parque de diversões. No entanto, o Museu da Criação nos Estados Unidos apresenta como verdade a convivência de seres humanos com dinossauros.

O dilúvio e a Arca de Noé, com animais convivendo com dinossauros; o Planeta Terra tendo apenas seis mil anos em vez de bilhões de anos; Matusalém morrendo aos 969 anos de idade? Tudo o que contraria a geologia, a medicina e o bom senso são apresentados como fatos verídicos.

O museu é obra de uma corrente radical protestante que acredita que a Bíblia é, literalmente, verdade. Para eles, a Bíblia não é uma coleção de ensinamentos éticos e morais, e sim uma descrição factual da criação do mundo.

Darwin incomoda muito essa gente, porque dá uma explicação natural para questões que eles acreditam que só são passiveis de serem compreendidas por meio da religião. Os criacionistas têm muitos adeptos nos Estados Unidos – um país que, apesar de ser tão desenvolvido e de ter as melhores universidades, ainda trata a teoria de Darwin como controversa.

São o único país do mundo desenvolvido onde, em pleno século 21, esse tema do século 19 inspira discussões que transbordaram para a política. O ex-presidente George Bush e a candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano, Sarah Palin, apoiam o criacionismo. Eles foram derrotados nas urnas e num julgamento, quando um juiz federal considerou que seria absurdo ensinar nas escolas essa visão da evolução da vida. Ainda assim, crianças de escolas particulares que seguem essa corrente religiosa recebem aulas em que ciência e Darwin têm menos peso que Adão e Eva.

A ciência está de um lado e a palavra de Deus do outro. A discussão é colocada nos seguintes termos: como a teoria de Darwin não dá respostas para tudo, logo a explicação religiosa seria a mais correta. Os criacionistas acham que o ponto de vista deles tem o mesmo peso dos cientistas e deveria ser ensinado nas escolas.

Um astrofísico admite que a maioria das pessoas que visita o museu vem para confirmar o que elas já acreditam. E quem não acredita no criacionismo é acusado de ser responsável pelos pecados do mundo. Trata-se de uma intolerância religiosa que incomoda muita gente. Um cientista diz que os Estados Unidos parecem um país esquizofrênico, que quer universidades, prêmios Nobel, tecnologia e tudo o que a ciência dá, mas ao mesmo tempo nega parte desse conhecimento.

A maioria das pessoas consegue equilibrar ciência e religião. Fé é o que se crê, mas não se pode provar. A ciência em sua essência exige provas. O criacionismo tenta misturar as duas coisas. Algo tão impossível quanto a convivência de gente e dinossauros
Do G1

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