15 de fev. de 2009
O SEGREDO DO BEIJO
A química da sedução é mais prontamente ativada pelos beijos molhados, preferidos pelos homens para estimular o desejo sexual, revela um recente estudo, enquanto outra pesquisa também destaca que as carícias mais castas podem resultar numa intensa resposta hormonal.
"Os homens gostam dos beijos mais úmidos, com a boca mais aberta, e isso sugere que estão inconscientemente tentando transferir testosterona para disparar uma conduta sexual nas mulheres", afirmou Helen Fisher, antropóloga da Universidade Rutgers, de Nova Jersey. em sua apresentação na Associação Americana para a Promoçao da Ciência (AAAS).
Beijar é um instinto natural que serve a vários propósitos evolutivos, assinalou Fisher, uma das mais reconhecidas especialistas na biologia do amor e da atração.
A preferência dos homens por beijos úmidos, com muita participação da língua, pode ajudá-los a superar seus pobres sentidos do olfato e do paladar. "O que provavelmente estão fazendo é tentar captar o ciclo de estrogênio de uma mulher para ter uma idéia de seu grau de fertilidade", indicou.
Os beijos também estimulam uma enorme zona do cérebro, mas o amor pode fazer muito mais que isso, segundo uma experiência dirigida por Fisher, que passou por um escaner o cérebro de 49 homens e mulhers, entre os quais casais que acabavam de se apaixonar e outros que foram rejeitados. Um terceiro grupo se declarava igualmente apaixonado depois de 21 anos de união.
A cientista percebeu que as pessoas que estão recentemente apaixonadas têm altos níveis de atividade no sistema "de recompensa" do cérebro, que produz dopamina e está vinculado à ansiedade, motivação, atenção focada e comportamento orientado por objetivos.
"As pessoas rejeitadas, em compensação, mostraram muita atividade em várias áreas cerebrais diretamente associadas ao vício", afirmou Fisher.
Já o "amantes de longa data" mostraram atividade na mesma zona de "recompensas" do cérebro que os amantes recentes, e também na região associada aos sentimentos de calma, que produz serotonina, e na área que gera oxitocina, associada ao desejo de forma um casal.
O beijo com certeza pode abrir as portas dos sexos, mas também pode ser "o beijo da morte" para as relações que estão começando.
Em outro trabalho do gênero, Wendy Hill, professora de neurociência da Universidad Lafayette, examinou a saliva e o sangue de 15 casais que passaram 15 minutos se beijando.
Ela descobriu que, quando começou a experiência, as mulheres tinham níveis significativamente mais altos que os homens do hormônio que estimula a disposição de formar um casal. No entanto, estes níveis caíram quando fizeram os mesmos testes depois de completada a primeira parte da experiência.
Este "beijo da morte" foi um resultado surpreendente e evidencia que nem sempre um beijo mais ousado dá resultados desejados, apesar de Hill atribuir isso ao fato de a pesquisa ter sido feita num centro de estudos e não num ambiente mais propício.
"Estamos realizando mais pesquisas num ambiente mais romântico. É uma sala especial no centro acadêmico, com sofá, flores, velas e música", explicou.
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