15 de fev. de 2009

TROTE UNIVERSITÁRIO TEM CARÁTER "SADOMASOQUISTA"



"Desde o princípio de sua aplicação, com exceção da questão profilática, o trote já era caracterizado como um rito de iniciação e de passagem, fundamentado numa integração de caráter sadomasoquista", afirma Zuin. Para ele, a prática serve como possibilidade de "vingar a dor" física e psicológica sofrida por alguém (o veterano, no caso) na universidade. "Para o calouro significa, entre outras coisas, a possibilidade de se sentir integrado na vida universitária e de se conformar com a promessa de que poderá se vingar das pancadas e, sobretudo, humilhações, no próximo ano, quando se tornar veterano".
Já Paulo Fraga procura iluminar a questão a partir de outro ponto de vista. Ele acredita que a palavra "trote" adquiriu com o tempo um sentido pejorativo e, por isso, deve ser substituída por outros termos. "Recepções alternativas podem ser produtivas para a introdução dos estudantes à vida universitária". Vitor Loureiro Sion, um "bixo" do curso de história da USP em 2007, concorda. "Ao contrário das brincadeiras de mau gosto que vejo por aí, encontrei pessoas civilizadas comemorando uma conquista importante da vida delas", lembra. Dennis Padial, ex-calouro do curso de design de games da Universidade Anhembi Morumbi, também guarda boa memória: "O trote é uma maneira de conhecer gente nova. Os veteranos não querem te sacanear, é apenas um jeito de você ser incluído no grupo, de virar amigo deles.
Por Marina Dias

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