20 de dez. de 2008

ECLESTONE COMPROU A LEALDADE DA FERRARI EM 2003


Londres, 20 dez (EFE).- O chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, afirma hoje ao jornal britânico "The Times" que "comprou a lealdade" de Ferrari em 2003, e denuncia o "tratamento especial" recebido pela escuderia italiana e as vantagens sobre outras equipes.

"A Ferrari consegue muito mais dinheiro que as outras. Eles sabem disso perfeitamente. Não são estúpidos, mas também não são tão inteligentes. Obtêm cerca de US$s 80 milhões a mais. Quando ganham o campeonato de construtores, como ocorreu este ano, obtiveram US$ 80 milhões a mais do que se a McLaren tivesse vencido", afirma Ecclestone.

O ataque de Ecclestone ocorre depois que o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, criticou esta semana na sede da empresa, em Maranello (Itália), a forma "anormal" com a qual a Fórmula 1 é administrada.

No que se interpretou geralmente como uma clara alusão a Ecclestone, Montezemolo disse que a Fórmula 1 não precisa de "um ditador", e que as equipes reivindicam uma parte maior da grande receita desse esporte e maior transparência de Ecclestone sobre o volume dos ganhos.

Em sua entrevista ao "Times", Ecclestone contra-ataca ao afirmar que "a única coisa que (Montezemolo) obteve é todo o dinheiro extra que a Ferrari conseguiu frente às outras equipes, e todas as coisas extras que obteve durante anos".

Segundo Ecclestone, esse tratamento especial se remonta à tentativa que uma série de equipes protagonizou em 2003 de criar um campeonato rival, quando a Ferrari foi a primeira a voltar à Fórmula 1.

"Foram a única equipe que rompeu a unidade com os outros fabricantes, e por que fizeram isso. Aí é onde entram os US$ 80 milhões. Nós "compramos" a Ferrari, compramos a lealdade da Ferrari. Nosso trato com a Ferrari é que 'os compraríamos' para que não se fossem com os outros", explica.

Segundo o chefe da Fórmula 1, Montezemolo deveria, "em lugar de mais dinheiro, repartir o que obtém entre todas as equipes".

Ecclestone nega, por outro lado, a acusação do presidente de Ferrari no sentido de que não tinha informado a ninguém sobre a decisão de cancelar o Grande Prêmio do Canadá.

"Os motivos desse cancelamento foram discutidos com todas as equipes, também com ele, e se chegou então ao acordo de que o Canadá não pagava o suficiente", disse Ecclestone.

O chefe da Fórmula 1 deu a entender que Montezemolo sabe menos de sua própria empresa do que seus próprios funcionários.

"É uma vergonha que não esteja em contato com as pessoas que parecem que administram a empresa em vez de fazer as funções de chefe de imprensa", diz Ecclestone.
EFE jr/an |Q:DEP:pt-BR:15039000:Esportes:Automobilismo|

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