29 de dez. de 2008

EM TEMPOS DE CRISE PENSE ANTES DE SE DIVORCIAR


Em tempos de crise, americanos pensam duas vezes antes de se divorciar
Elvira Palomo.
Os votos matrimoniais prometem amor "na alegria e na tristeza" e "até que a morte os separe", fórmulas que se fortaleceram na atual crise econômica dos Estados Unidos, já que se divorciar custa caro.
A economia faz estragos na vida de milhares de famílias americanas, e este aspecto se transformou em outro dos assuntos que se somam à lista de problemas que eles enfrentam.
Salários congelados, imóveis desvalorizados pelas "hipotecas lixo", e números de desempregados crescendo mês a mês obrigaram muitos casais a adiar seus planos de divórcio.
A opção é controlar as brigas e, em caso de necessidade, recorrer a psicólogos e conselheiros matrimoniais.
Entre eles, Phyllis Goldberg, uma das fundadoras do centro Her Mentor de Los Angeles, cidade onde é possível ver como "o estresse financeiro" faz estragos na vida do casal.


"A ansiedade e a preocupação ressaltam em muitos casos os problemas pré-existentes", disse Goldberg.


No entanto, muitos dos que querem se divorciar não podem fazê-lo, "principalmente porque compartilham suas economias. Além disso, se têm crianças, o custo é muito maior", por isso que não resta remédio além de o casal continuar junto.


Ainda não há dados globais para 2008, mas estatísticas locais já revelam a queda do número de pedidos de divórcios nos tribunais de estados como Flórida, Califórnia e Illinois.


Segundo o site especializado divorce360.com, os tribunais do condado de Fresno, na Califórnia, registraram em abril a taxa de divórcio mais baixa nos últimos cinco anos, enquanto os dos condados de Miami-Dade e Broward, no sul da Flórida, tiveram até novembro 1.600 casos a menos que em 2007.


"Isto é algo que acontecia muito antes e que volta a ocorrer: as pessoas descobrem o quanto é caro se divorciar e decidem continuar juntas", disse à Agência Efe a advogada Kelly Chang Rickert, especialista em direito da família da Califórnia.


Recentemente, Chang recebeu um caso no qual o marido queria se divorciar, "mas quando soube quanto custaria, me disse que era mais barato continuar casado".


Para a advogada, "cada situação é diferente", e ela afirma que nos divórcios "o juiz leva em conta as circunstâncias do casal e, se algum dos dois fica sem trabalho e tem que pagar uma pensão, pode suspendê-la temporariamente", o que não torna as coisas mais fáceis.


A grosso modo, explicou, um julgamento rápido, de não mais de cinco horas, pode ter um custo de US$ 1.900, mais o acordo ao qual se chega com a outra parte.


No entanto, se a situação se prolongar, os honorários do advogado vão subindo em função de quanto tempo durar o julgamento, ao que seria preciso somar o pagamento de US$ 500 por cada intimação, US$ 1.500 pela documentação e outras tantas despesas imprevistas que poderiam elevar o total para mais de US$ 60 mil.


Um número que, em tempos de crise, pode levar a soluções desesperadas, como a venda da casa própria para pagar o processo.


Segundo o site divorce360.com, desde o início do ano os profissionais do setor imobiliário de todo o país registraram um aumento na venda de casas motivado pelo divórcio.


No entanto, esta solução nem sempre é boa, já que o desastroso estado do mercado imobiliário abaixou os preços dos imóveis, muitos deles já hipotecados.

Apesar de todas as dificuldades, perante o desespero que pode supor em um momento como este "querer e não poder", a advogada Kelly Chang incentiva os clientes e afirma que, "se casar é maravilhoso, divorciar-se é 20 vezes melhor". EFE

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