8 de mai. de 2010

A beleza da força da mulher "sarada"


A beleza da força
O corpo musculoso das mulheres que malham parece representar uma nova estética feminina, que desafia os homens em seu próprio terreno. Mas essas mulheres saradas são realmente bonitas?
IVAN MARTINS, NELITO FERNANDES E FERNANDA COLAVITTI. COM ELISEU BARREIRA E LEOPOLDO MATEUS
Shutterstock
O que é uma mulher bonita?
A resposta a essa pergunta tem variado através dos séculos, das culturas e da geografia. Nossos ancestrais, que habitavam as cavernas da Europa há 50 mil anos, esculpiram deusas da fertilidade com seios, coxas e barrigas proeminentes. Podemos admitir que era esse seu ideal de beleza. Para o povo pagund, do norte da Tailândia, seios caídos e longos pescoços deformados pela colocação de anéis de metal são o que há de mais bonito. Nos parece estranho, mas assim é entre eles. No Brasil do século XXI, celeiro mundial de modelos claras e delgadas, existe uma acentuada predileção popular por mulheres carnudas e morenas, com curvas bem demarcadas.
Portanto, o que é uma mulher bonita?
A empresária carioca Marcella Techeh tem sua própria resposta para essa questão. Ela tem 33 anos, dois filhos e um corpo esculpido em pedra por sessões diárias de musculação. Marcella é uma mulher forte, sarada, malhada mesmo, embora não tenha uma aparência pesada. Seus músculos sobressaem no abdome, nos braços e nas coxas. Sua preocupação principal é evitar a flacidez. Um de seus grandes prazeres é olhar-se no espelho. Mas essa satisfação consigo mesma, totalmente narcisista e corriqueira, embute uma rebeldia. Embora atraente, Marcella não se enquadra no padrão de beleza que domina a estética ocidental desde o início do século XX e que provocou, em seu nascimento, um comentário azedo do escritor francês Émile Zola: “A ideia da beleza varia. Ela agora reside na esterilidade das mulheres alongadas, donas de flancos pequenos”. Marcella, assim como milhares de outras que se exercitam com intensidade e que se orgulham de seus músculos, não é uma mulher “alongada de flancos pequenos”. Ela é robusta, vigorosa, rija. Nada tem em comum com a criatura frágil descrita pelos médicos do século XVIII, segundo os quais a mulher teria “ossos pequenos, com carnes moles e esponjosas, e seria animada por um caráter débil”. As mulheres fortes como Marcella explodiram essa definição. Elas representam a materialização de uma nova estética que vai emergindo das academias e das pistas esportivas – e que representa, a seu modo, uma tremenda mudança de valores (como se vê no ensaio fotográfico, clicando na foto abaixo).
Fotos: André Arruda/ÉPOCA. Produção Joana Mazza. Maquiagem: Rita Fischer
Clique na imagem e confira o ensaio fotográfico

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