Foto: Globo News
Lula dá uma mãozinha ao pária Ahmadinejad
Não é difícil saber quem saiu ganhando com a problemática visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. Pressionado pelas maiores potências mundiais a respeito de seu programa nuclear e enfrentando graves problemas internos, o regime iraniano precisa desesperadamente criar fatos para sair de seu isolamento. Lula, prestativo, deu uma mãozinha preciosa.
Até aqui, o Irã contava somente com o apoio de países exóticos ou párias. Nem mesmo a Rússia e a China, movidos exclusivamente por interesses comerciais, conseguem dar sustentação irrestrita aos iranianos. Agora, depois que o Brasil estendeu o tapete vermelho a Ahmadinejad, Teerã passou a ter a seu lado a força de uma potência emergente e com livre trânsito nos corredores da diplomacia mundial. Não é pouca coisa. Some-se a isso o fato de que o governo Lula não condenou publicamente as ameaças genocidas de Ahmadinejad contra Israel – manifestadas não somente em declarações públicas, mas no financiamento a grupos terroristas cujo objetivo é destruir o Estado judeu – e teremos o melhor dos mundos para o presidente iraniano.
Por outro lado, para o Brasil, fica o duvidoso bônus de surgir como “mediador” nas questões que envolvem o Irã e o Oriente Médio. Duvidoso, entre outras razões, porque o Brasil não tem força militar para servir como elemento de dissuasão. Na hipótese plausível de Ahmadinejad ignorar eventuais apelos do Brasil para que desista de se comportar como delinqüente, qual poderia ser a resposta brasileira? Como o Brasil espera convencer o Irã a respeitar as regras da boa convivência internacional? Com um bom bate-papo na Granja do Torto? Ou com mais um "jogo da paz" com a seleção brasileira?
Não se pode condenar o Brasil por perseguir o diálogo, mesmo com aqueles países que usam essa oportunidade para alimentar inconfessáveis projetos de poder. No entanto, e exatamente por essa razão, há níveis de contato diplomático que o Brasil poderia ter experimentado com o Irã antes de seu presidente oferecer publicamente abraços, sorrisos e bons negócios.
por Marcos Guterman, Seção: Oriente Médio, América Latina
sou brasileiro e não sei que mentalidade é esta do nosso povo que não enxergam o que estes politicos do pt estao fazendo com o nosso pais
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