No dia em que o ouro olímpico completa 1 ano, Brasil conquista o octa do Grand Prix
Seleção brasileira faz de 23 de agosto uma data memorável e reafirma seu status de maior vencedora da competição: 94/96/98/04/05/06/08/09
A data de 23 de agosto já era especial para a seleção brasileira feminina de vôlei. Neste domingo, no entanto, se tornou inesquecível. No dia em que completou um ano da inédita conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, o Brasil tornou-se octacampeão invicto do Grand Prix e, assim, reafirmou seu status de maior vencedor do torneio: 94/96/98/04/05/06/08/09. O time brasileiro poderia ter chegado ao oitavo título com uma rodada de antecedência na fase final, em Tóquio. A taça estava praticamente na mão. Mas ainda não era o dia 23. Por isso, somente após o triunfo sobre o Japão, por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 25/27, 25/19 e 25/19, é que pôde festejar.
- É um dia muito especial. Dia 23 de agosto de 2008 foi quando conseguimos a nossa maior realização. Todo dia 23 a gente vai lembrar disso. Hoje, com mais esse título, será uma comemoração dupla - disse o técnico José Roberto Guimarães.
Na verdade, será tripla. Isso porque, Mari dá um motivo a mais para a comemoração. Além da conquista do octacampeonato do Grand Prix e do aniversário da medalha olímpica, ela completa, neste 23 de agosto, 26 anos de idade.
- Por todos esses motivos, é uma data muito importante para nós - reforçou Zé Roberto.
Com uma derrota e quatro vitórias, totalizando 9 pontos, a Rússia ficou com a medalha de prata. O bronze foi para a seleção da Alemanha, com 7 pontos, duas derrotas e três vitórias.
O Brasil fez uma campanha impecável na competição. Foram 14 jogos e 14 vitórias, contra Estados Unidos, Alemanha, Porto Rico, China, Polônia, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Rússia e Holanda.
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Para manter a rotina, o GP teve uma brasileira como melhor jogadora. Em 2005, Paula Pequeno foi a eleita. No ano de 2006, foi a vez de Sheilla. Em 2008, Mari foi a escolhida. Neste ano, quem ficou com o título de MVP foi, mais uma vez, a oposto Sheilla. A equipe de Zé Roberto ainda ganhou mais um prêmio individual em 2009. Fabiana recebeu a placa de melhor bloqueadora.
O octacampeonato foi o quarto título na atual temporada da seleção brasileira, que foi campeã do Torneio de Montreux, na Suíça; da Copa Pan-Americana, nos Estados Unidos; e do Torneio Classificatório para o Mundial 2010, disputado nas cidades mineiras de Contagem e Betim.
Após a vitória sobre o Japão, jogadoras e comissão técnica do Brasil comemoram o octa do Grand Prix
Há oito anos sem perder para o Japão, o Brasil entrou na quadra no lotado Ginásio Metropolitano de Tóquio com a responsabilidade de seguir com o esse número, manter a invencibilidade na competição e conquistar o octacampeonato. Além disso, tinha a árdua tarefa de calar a torcida japonesa, que compareceu em grande quantidade para incentivar sua seleção a chegar à sua segunda vitória na fase final.
A pressão do público japonês, que não parou de cantar e bater espadas de borracha, intimidou a seleção brasileira no início do primeiro set. Assim, o Japão abriu 8/5. O Brasil seguia sem conseguir imprimir seu ritmo de jogo, o que fez as donas da casa abrirem ainda mais no placar. Mari, com muita dificuldade na recepção, não passava bem para Dani Lins. Tal situação ajudou na marcação das japonesas sobre o time brasileiro. Com 17/12 a favor do Japão, Thaisa errou o tempo de uma bola de meio, enlouquecendo o técnico Zé Roberto.
Vulnerável na recepção, a aniversariante de 23 de agosto passou a compensar no bloqueio. Foi ela a responsável pelo 19º ponto, que igualou o marcador. Em mais um toco da atacante, o Brasil passou a frente pela primeira vez no set: 21/20. Neste momento, Zé Roberto tinha em quadra Joycinha e Ana Tiemi, que fez uma defesa sensacional e deixou 23/20. Desfeita a inversão de 5-1, Mari cravou na quadra japonesa e marcou 24º ponto. Mais uma vez ela, no bloqueio, fechou para o Brasil em 25/21.
Japão tenta impedir a festa do Brasil
O equilíbrio foi a tônica do segundo set. O Japão largou na frente, chegando a abrir três pontos de vantagem no placar. Aos poucos, o Brasil foi se aproximando. Com o paredão formado por Fabiana, a seleção virou para 10/8. Mas logo as donas da casa reagiram e foram para o segundo tempo técnico obrigatório na liderança do marcador: 16/15. Na volta à quadra, as brasileiras empataram. As seleções ficaram se revezando à frente do placar até os 22 pontos. Zé Roberto colocou para sacar Camila Brait que, com a camisa 18, fez sua estreia no Grand Prix. O técnico tentou outras mudanças, mas não surtiram efeito. Takeshita, destaque da equipe japonesa, ainda chegou a desperdiçar um set point. Mas um erro de Sassá deu a parcial ao Japão: 27/25.
Com a partida igual em sets, o Brasil precisava reagir para alcançar o octacampeonato. No dia em que completava 1 ano da inédita conquista do ouro olímpico, a seleção brasileira não podia transformar o 23 de agosto em uma data amarga. Afinal, a taça já estava praticamente na mão. Perdê-la seria frustrante demais. Era preciso crescer em quadra. E foi o que as meninas fizeram. Apesar do começo devagar, elas encontraram o jogo no meio do set e, com os fundamentos funcionando de forma eficiente, colocaram uma boa vantagem, que foi administrada até 25/19.
Em 23 de agosto, o octa é do Brasil
A aniversariante do dia começou o quarto set no banco de reserva. Natália, que substituída anteriormente por Sassá para equilibrar o passe, foi quem entrou em seu lugar. A tática usada pelo técnico Zé Roberto funcionou, e o Brasil teve mais tranquilidade na parcial. Com seis pontos de vantagem no placar, a seleção foi se aproximando do octacampeonato. Antes mesmo do 25º ponto no placar, as meninas já comemoravam a conquista, ratificando que 23 de agosto é, realmente, o dia de sorte delas.
- Já que é um dia bom para nós, a final das Olimpíadas de Londres podia cair em 23 de agosto - vislumbrou Zé Roberto.
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