15 de abr. de 2009

O CAMINHO ESPIRITUAL DA ÍNDIA



Índia, apesar da pobreza que ameaça há séculos sua população, é o país espiritual do planeta por excelência. Suas tradições milenares imbuíram seus habitantes de um espírito religioso que lhes fez merecedor da admiração do mundo. Do norte ao sul, este país asiático é salpicado de templos e lugares sagrados onde os indianos professam suas orações aos deuses.

As tradições hinduístas e budistas da Índia fizeram surgir dezenas de gurus e líderes espirituais, muitos deles, inclusive, seduziram milhares de estrangeiros que dedicam seu tempo de férias a aprender com estas correntes espirituais. Alguns, admirados pela capacidade de compreender o mundo de uma forma tão diferente, optaram por viverem no país.

As paisagens da Índia também fornecem o ambiente ideal para sentir plenamente um estado especialmente elevado. Diz-se que aqueles que conhecem a Índia não querem voltar nunca mais, ou então ficam completamente apaixonados e não querem ir embora, e não é para menos.

Além dos impressionantes palácios dos antigos marajás do Rajastão, as paisagens da cordilheira do Himalaia, as paradisíacas praias do sul e a arquitetura da dinastia Mogul (linhagem de reis muçulmanos indianos) ao longo do país, a Índia oferece aos turistas cursos de ioga, meditação, tantra, massagens, medicina ayurvédica e uma longa lista de disciplinas para tratar o corpo e a mente.

Os ashram, centros espirituais
Em todo o território indiano pode ser encontrada uma grande quantidade de ashram (centros espirituais), alguns dirigidos por um guru e visitados por seus seguidores, e outros destinados simplesmente à prática da ioga ou da meditação, frequentados por uma multidão de estrangeiros para passar o verão de uma forma diferente.

Em muitos destes locais deve-se respeitar uma rígida disciplina ao que se refere ao barulho, à vestimenta, às horas de acordar e dormir, e à comida, em quase todos eles estritamente vegetariana.

Um dos centros mais conhecidos é o de Meditação de Osho, que exige de quem queira passar uma temporada ali a realização prévia de um teste de aids. Esta organização oferece, entre outros, cursos de diferentes tipos de meditação, tratamentos de hipnose e um programa para ficar 21 dias isolado e em silêncio.

Outro dos mais visitados pelos ocidentais é o ashram Sivananda Ioga Vedanta que oferece diversos pacotes, como o das "Férias de Ioga", com atividades de pensamento positivo, meditação, cantos devocionais, conferências de filosofia e assessoria de saúde.

Ele também oferece o "Programa de Ayurveda e Jejum", no qual durante duas semanas só são consumidos sucos, são feitas as tradicionais massagens com óleos e seguidos "tratamentos de purificação".

Lugares como Haridwar e Rishikesh, no norte da Índia, este último conhecido pela visita feita pelos Beatles, atraem a cada ano milhares de ocidentais que buscam um pouco de paz e a ampliação de seus conhecimentos de ioga.

Estas cidades santas, onde não se permite a venda de álcool, são atravessadas pelo sagrado rio Ganges, que corre com força nos meses de verão, nos quais a água das chuvas das monções e o degelo das neves do Himalaia se unem para tornar ainda mais poderoso este venerado rio.

Nas margens do Ganges existem dezenas de templos, ashram e shadus (homens sagrados) vestidos com roupas de cor laranja ou branca, dos quais os ocidentais tentam aprender o que não podem conseguir em seus "civilizados" países.

Alguns dos estrangeiros que vão a estes lugares só querem melhorar seu estado físico e aprender as técnicas de ioga onde se originaram. A maioria quer também praticar a meditação e conhecer as artes orientais na busca de um crescimento espiritual que lhes leve a viver sua vida com mais plenitude, ser mais felizes ou impor um pouco de paz em suas estressantes vidas do Ocidente.

Apesar de tudo, iniciar um caminho espiritual neste país asiático implica não só uma grande devoção, mas também uma grande força para poder resistir às imagens de miséria nas quais a maior parte de sua população sobrevive e às quais os ocidentais não estão acostumados
Por Isabel Martínez Pita / EFE

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