pós bater em primeiro nos 100m, brasileiro repete o feito de Pequim em sua prova favorita e se consolida como um ás da velocidade na água
Foram duas batidas no peito, que àquela altura já estava todo avermelhado. O sinal da cruz se repetiu quatro vezes, e o dedo indicador não parava de apontar para o céu. César Cielo tinha acabado de plantar uma certeza no Foro Itálico: quando os grandes estão dentro d'água, ninguém é mais rápido que ele. Após conquistar o ouro nos 100m livre, o brasileiro voltou a bater primeiro neste sábado, desta vez nos 50m, repetindo o feito dos Jogos de Pequim.
Cielo abre o sorriso após a prova: o brasileiro agora é campeão olímpico e mundial nos 50m
Com o tempo de 21s08, o recorde mundial não veio – "apenas" o do campeonato. O francês Frederick Bousquet continua sendo o dono da melhor marca (20s94), mas ainda não foi desta vez que bateu na frente do brasileiro. Bousquet ficou com a prata (21s21), e o também francês Amaury Leveaux conquistou o bronze (21s25).
- Eu não esperava isso depois das Olimpíadas. É muito treino, é até perigoso estar tão confiante. Nos 50m, é pura cabeça. Eu estava com a cabeça boa hoje, e agora é comemorar muito. Quero comemorar com todo mundo que me ajudou. A sensação de ter a torcida junto é muito boa. Estou na Itália, mas a sensação é de estar em casa. É espetacular. Isso é a realização do sonho – afirmou o brasileiro, logo após deixar a piscina.
A cada pódio de Cielo, a reedição da batalha entre o nadador e as lágrimas. Desta vez, sabendo que todos esperavam o choro, ele manteve o sorriso aberto. Mas a emoção se impôs de novo. Já no fim do Hino Nacional, com a câmera da TV italiana fechada no rosto do campeão, ele fechou os olhos e uma lágrima tímida se soltou. Só para manter o protocolo.
O sorriso logo voltou e, quando Cielo desceu do pódio, subiu os degraus ao lado da piscina para procurar a família. Ganhou o beijo da mãe, Flávia, e desceu para as fotos oficiais ao lado de Bousquet e Leveaux.
Se a emoção não foi tão gritante como no pódio dos 100m, pode ser um sinal de que as conquistas de Cielo avançam mais rápido que a sua capacidade de produzir lágrimas.
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