Testes analisam o material genético do vírus em amostras coletadas.
Exame convencional tem demorado até uma semana para ficar pronto.
Dois testes identificam se o paciente é portador da nova gripe. O resultado do teste convencional demora, em média, 72 horas – com a demanda elevada, esse prazo chega até a uma semana. O problema, nesse caso, é que o tratamento com o remédio antiviral precisa se iniciar em até 48 horas depois do início dos sintomas.
O chamado teste "rápido" fica pronto em cerca de 15 minutos, mas é considerado pouco confiável pelos médicos porque resulta negativo em 50% dos casos – independentemente da presença do vírus.
Cinco laboratórios brasileiros fazem os testes. Médicos ouvidos pelo G1 contam como funcionam os dois exames.
Os testes são mais utilizados para organizar a disposição de leitos nos hospitais do que para determinar o tratamento, segundo Marcos Boulos, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“Os médicos vão tratar todos os pacientes que têm sintomas de gripe, antes mesmo do exame. Nos casos leves, são tratados os sintomas em casa. Os casos graves e os grupos de risco são hospitalizados”, explica. “O teste é feito para a determinação dos leitos. Não queremos misturar pacientes de gripe comum com nova gripe”, afirma o médico.
Os dois testes usam o mesmo princípio para detectar a doença: a análise do material genético do vírus. Isso só é possível por que o Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos conseguiu fazer um mapa genético do H1N1.
No caso do teste convencional, a coleta é feita por um exame de sangue. No caso do teste rápido, com a retirada de uma amostra de secreções do nariz, de saliva ou mesmo de sangue.
Segundo a infectologista Maria Cláudia Stockler, do Hospital das Clínicas de São Paulo, o teste convencional, chamado de PCR (sigla em inglês para o termo técnico de genética “reação em cadeia da polimerase”), usa o que há de mais moderno em biologia molecular.
“Se há vírus no organismo do paciente, o teste vai sequenciar o material genético para identificar se é ou não o H1N1”, explica. A confiabilidade do resultado é de 99,98%, de acordo com o Ministério da Saúde -- a mesma de um teste de paternidade.
O teste rápido, no entanto, sequencia apenas um pedaço do material genético. E um pedaço muito pequeno. “Esse teste rápido pode dizer, quando dá positivo, apenas que a pessoa tem uma gripe – não necessariamente a nova gripe, pode ser qualquer tipo”, explica Stockler.
Nenhum comentário:
Postar um comentário