25 de mar. de 2008

JEJUM TERAPÊUTICO SOB SUSPEITA NA PERDA DE PESO


Jejum terapêutico, uma maneira enganosa de perder peso.
Um dos recursos mais radicais das pessoas obesas, quando percebem que outros métodos não deram resultado para perder os quilos a mais que não os deixam viver normalmente, é o jejum terapêutico.
Este procedimento, muito próximo da filosofia oriental de buscar o caminho para encontrar a si mesmo através da renúncia à comida, pode ser sem dúvida beneficente do ponto de vista depurativo, mas deve ter um período limitado de duração e ser supervisionado por um especialista em dieta, já que traz graves riscos para a saúde. Este procedimento demonstrou ser relativamente ineficaz já que a aparente perda inicial de peso se deve em grande medida à perda de água. Já está mais que demonstrado que assim que se volta a comer o peso é recuperado de forma muito rápida.
O JEJUM TERAPEUTICO É SIMILAR ÀS DIETAS HIPOCALÓRICAS
A longo prazo, os efeitos do jejum são comparáveis às dietas hipocalóricas já que - apesar de no primeiro caso nosso corpo não receber a energia dos alimentos - a cetose (intoxicação produzida pela destruição de gorduras), que se desenvolve pela falta real de glicídios da dieta, diminui fortemente a taxa metabólica.Com isso, se consegue sobreviver com um gasto energético geral sem se recorrer às reservas. Ou seja, o organismo humano dá sinais de alarme quando faltam elementos para continuar funcionando, a fim de se habituar a um quadro de escassez de alimentos.
Visto que os efeitos sobre o peso e a perda de gordura são comparáveis aos da utilização de dietas equilibradas hipocalóricas, especialistas aconselham recorrer a estas antes que se submetam ao perigoso processo de renunciar totalmente à comida. No jejum, quando a produção de corpos cetônicos aumenta - com o desaparecimento das fontes externas de glicose e a necessidade de sobreviver só com as reservas de gorduras próprias -, é conveniente que o armazenamento de energia dure o máximo possível.Nestas condições, a presença de corpos cetônicos diminui a produção de calor do tecido adiposo, fazendo cair o consumo energético global e com isso a taxa metabólica.

O MÉTODO PODE SER DE TRÊS TIPOS
O jejum pode ser de três tipos: de curta duração, intermediário ou de longa duração. No primeiro, que consiste em limitar-se a não comer durante uma manhã ou uma tarde, a falta momentânea de glicose e nutrientes que procedem do intestino é coberta com outras fontes de energia, preferencialmente, do glucógeno do fígado, que fornece glicose ao sangue durante um período determinado de tempo. No jejum intermediário (de 16 a 48 horas) o glucógeno é consumido quase totalmente, por isso o organismo recorre à proteína para a fabricação da glicose necessária para o funcionamento do cérebro. Nesta fase aumentam os níveis de corpos cetônicos, os de glicose caem ainda mais que no jejum de curta duração e gorduras armazenadas em nossos reservas começam a ser consumidas. Em seguida, a taxa metabólica cai e acontece uma forte eliminação de nitrogênio pela urina em forma de uréia, como conseqüência da mobilização das proteínas.
No jejum prolongado as gorduras se transformam praticamente no único substrato energético disponível em quantidade significativa. Neste caso, o corpo traça um plano de proteção das proteínas que impede sua oxidação para obter energia em forma de glicose.
As dificuldades representadas pela perda de peso à base de um jejum terapêutico vêm principalmente da taxa metabólica. Se um homem de cerca de 120 quilos e com uma massa de triglicerídeos - resultado da fusão de uma molécula de glicerina com três de ácido graxo - de uns 20 quilos se submete a uma dieta exclusivamente a base de água, sua taxa metabólica cairá de forma alarmante, até ficar abaixo dos níveis aceitáveis.
ENERGIA PARA SEIS MESES
Apesar de as reservas de gorduras deste homem de 120 quilos permitirem teoricamente que ele tenha energia para cerca de seis meses com a dieta hídrica, a realidade clínica é muito diferente.Um acompanhamento médico detectará de forma imediata a queda dos níveis de proteínas extremamente necessárias para que seu organismo funcione sem problemas, além de uma perda de massa muscular, um quadro de anemia e possíveis alterações na atividade cardíaca.
Em todo jejum prolongado há uma fronteira que não convém ultrapassar, aquela que revela uma queda de nitrogênio e proteínas até níveis insustentáveis, afetando o sistema imunológico.

A perda de nitrogênio dos aminoácidos causada pela necessidade de gerar glicose pelo fígado comporta uma redução nas disponibilidades deste gás para sustentar a substituição protéica. Diante desta falta de "combustível", o corpo humano se protege recorrendo a suas reservas, mas chega um momento em que o nível é irrecuperável e qualquer ingestão de alimentos a partir desse limite não serve para nada, pois se chegou a um ponto em que não há retorno. A conseqüência é prostração, estado de coma e morte.
Felizmente, estas situações extremas não são normais nem freqüentes e o habitual é que os jejuns depurativos oferecidos pelos centros especializados com garantias mínimas não reduzem a ingestão ao mínimo.

As pessoas que se submetem a eles tomam caldos de verduras e sucos de frutas durante um período de tempo não muito prolongado, além de passarem por uma revisão clínica prévia exaustiva e um controle médico rigoroso durante todo o processo.
Este tipo de jejum tem a ver com o higienismo, um movimento terapêutico naturista que nasceu no século XIX na Europa Central e cujo objetivo principal é conseguir a eliminação de toxinas corporais.Se apesar de tudo o que foi exposto você decidir seguir por este caminho para perder peso, nossa recomendação é que jejue, mas com segurança.
Francisco Galindo.

Postado por HRubiales

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