Lixo espacial em torno da terra
Provável tanque de combustível
Provável tanque de combustível
População deve manter distância de possível lixo espacial, afirma especialista
Pesquisador diz que objeto que caiu em Goiás é mesmo pedaço de satélite ou foguete.
Resquícios de combustível, se presentes na estrutura, podem ser tóxicos.
Reinaldo José Lopes
Tudo indica que o estranho objeto que caiu em Montividiu (interior de Goiás) neste fim de semana é mesmo um pedaço de lixo espacial -- possivelmente um tanque de combustível. A avaliação preliminar, feita com base na fotografia publicada pelo G1, é do engenheiro aeroespacial Petrônio Noronha de Souza, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ele alerta que, em casos como esses, deve-se isolar a área e manter distância do destroço orbital, porque ele pode conter resquícios de substâncias tóxicas.
"Eu não recomendaria que ninguém se aproximasse do objeto. O ideal é chamar os bombeiros ou outros especialistas com equipamento que lhes permita lidar com material tóxico", disse Souza ao G1 por telefone. "Após a reentrada, pode até ser que o material esteja totalmente inerte, mas é melhor não arriscar."
Ao contrário do que circula no imaginário popular, é relativamente raro que satélites ou seus fragmentos contenham material radioativo. "E, quando está presente, ele fica encapsulado em cilindros que são virtualmente indestrutíveis. Certamente não é o caso desse objeto que caiu em Goiás", afirma o pesquisador do Inpe. Tanque?
Embora as imagens do objeto deixem alguma margem para dúvida, "ele tem todo o jeito de um tanque de combustível", diz Souza. "Não dá para saber se é uma sobra de satélite ou foguete. Pode ser que ele tivesse outras partes, que foram consumidas durante o atrito com a atmosfera. Mas, decerto, não se trata de uma peça de avião nem de balão."
A estrutura em gomos, que lembra vagamente uma colméia, tem a ver com a maneira como essas estruturas são produzidas, de acordo com o especialista -- no processo, materiais como fibra de carbono são "tecidos" ou "trançados" até adquirir essa aparência. Na verdade, trata-se de uma manta enrijecida que é bastante resistente ao atrito.
Também não é possível saber, apenas com as fotografias, se o objeto original era totalmente esférico ou se tinha a forma de uma ampola ou cápsula. O tanque poderia conter hidrogênio e oxigênio líquidos -- nesse caso, os combustíveis certamente foram consumidos por inteiro. No entanto, também é possível que ele contivesse propelentes como a hidrazina, o mesmo combustível de foguetes usado por um satélite-espião recentemente derrubado pelos militares dos EUA. A hidrazina é altamente tóxica, podendo causar danos severos aos sistemas respiratório e nervoso.
Pesquisador diz que objeto que caiu em Goiás é mesmo pedaço de satélite ou foguete.
Resquícios de combustível, se presentes na estrutura, podem ser tóxicos.
Reinaldo José Lopes
Tudo indica que o estranho objeto que caiu em Montividiu (interior de Goiás) neste fim de semana é mesmo um pedaço de lixo espacial -- possivelmente um tanque de combustível. A avaliação preliminar, feita com base na fotografia publicada pelo G1, é do engenheiro aeroespacial Petrônio Noronha de Souza, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ele alerta que, em casos como esses, deve-se isolar a área e manter distância do destroço orbital, porque ele pode conter resquícios de substâncias tóxicas.
"Eu não recomendaria que ninguém se aproximasse do objeto. O ideal é chamar os bombeiros ou outros especialistas com equipamento que lhes permita lidar com material tóxico", disse Souza ao G1 por telefone. "Após a reentrada, pode até ser que o material esteja totalmente inerte, mas é melhor não arriscar."
Ao contrário do que circula no imaginário popular, é relativamente raro que satélites ou seus fragmentos contenham material radioativo. "E, quando está presente, ele fica encapsulado em cilindros que são virtualmente indestrutíveis. Certamente não é o caso desse objeto que caiu em Goiás", afirma o pesquisador do Inpe. Tanque?
Embora as imagens do objeto deixem alguma margem para dúvida, "ele tem todo o jeito de um tanque de combustível", diz Souza. "Não dá para saber se é uma sobra de satélite ou foguete. Pode ser que ele tivesse outras partes, que foram consumidas durante o atrito com a atmosfera. Mas, decerto, não se trata de uma peça de avião nem de balão."
A estrutura em gomos, que lembra vagamente uma colméia, tem a ver com a maneira como essas estruturas são produzidas, de acordo com o especialista -- no processo, materiais como fibra de carbono são "tecidos" ou "trançados" até adquirir essa aparência. Na verdade, trata-se de uma manta enrijecida que é bastante resistente ao atrito.
Também não é possível saber, apenas com as fotografias, se o objeto original era totalmente esférico ou se tinha a forma de uma ampola ou cápsula. O tanque poderia conter hidrogênio e oxigênio líquidos -- nesse caso, os combustíveis certamente foram consumidos por inteiro. No entanto, também é possível que ele contivesse propelentes como a hidrazina, o mesmo combustível de foguetes usado por um satélite-espião recentemente derrubado pelos militares dos EUA. A hidrazina é altamente tóxica, podendo causar danos severos aos sistemas respiratório e nervoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário