Homem de Neanderthal rompe silêncio 30 mil anos depois
Pedro Alonso Londres, 18 abr (EFE) - Trinta mil anos após desaparecer, o Homem de Neanderthal rompeu seu silêncio e sua voz voltou a ser escutada em pleno século XXI, graças à simulação de alguns cientistas.
Uma equipe de pesquisadores da Florida Atlantic University, em Boca Raton (Estados Unidos) conseguiu reproduzir a voz desses hominídeos, que habitaram a Europa e zonas do oeste da Ásia, segundo um trabalho publicado esta semana na revista científica britânica "New Scientist".
Esses cientistas fizeram o famoso antepassado do homem moderno falar através da análise de restos fósseis de três neanderthais encontrados na França e datados em 50 mil anos.
Sob as ordens do antropólogo Robert McCarthy, os especialistas da Flórida utilizaram a reconstrução de uma laringe do Homem de Neanderthal e um sintetizador computadorizado para recriar sua provável maneira de falar.
Por enquanto, os cientistas conseguiram gerar o som da letra "e", um feito aparentemente modesto, mas que já fornece pistas significativas sobre as diferenças entre a linguagem do neanderthal e seus "parentes" modernos.
Segundo o professor McCarthy, que deseja que seu "neanderthal" fale uma frase completa, os homens deste espécime pronunciavam sons menos precisos do que os do humano moderno, já que a articulação das vogais é bem mais rudimentar.
"Eles teriam falado de forma um pouco diferente", afirmou o antropólogo, que dúvida de que esses hominídeos fossem capazes de reproduzir as vogais que constituem a base da linguagem falada atual.
O "e" do "neanderthal de Boca Raton", por exemplo, não tem os tons sonoros que permitem a um ouvinte moderno diferenciar, em inglês, palavras que incluem essa letra, mas que são pronunciadas de forma ligeiramente diferente.
Os especialistas do centro da Flórida defendem, além disso, que limitações desse tipo restringiram a capacidade de fala desses hominídeos.
Nos anos 70, o lingüista Phil Liberman, da Brown University de Rhode Island (EUA), calculou as dimensões da laringe de um neanderthal a partir do tamanho de seu cérebro (maior do que o do homem moderno).
Liberman, que colaborou com McCarthy, concluiu que a fala dos neanderthais não tinha as sutilezas da fala do homem moderno, mas alguns cientistas apontam contradições nessa teoria com o argumento de que contém erros e de que existem provas arqueológicas que demonstram a cultura oral dessa espécie primitiva.
O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, qualificou de "muito criativa" a pesquisa liderada por Robert McCarthy.
Stringer considera que "se o tipo de vida dos neanderthais requeria uma linguagem complexa, seu cérebro pôde certamente evoluir para permiti-lo", apesar de duvidar de que "as sociedades neanderthais fossem tão complexas quanto as nossas".
O trabalho dos especialistas da Flórida ganha relevância especial depois que no ano passado uma equipe de cientistas descobriu que os neanderthais compartilhavam com o homem moderno uma versão de um gene denominado FOXP2, essencial para o desenvolvimento da linguagem.
Esses hominídeos, vale lembrar, se chamam neardenthais pelo esqueleto descoberto em 1856 no vale de Neander, perto de Düsseldorf (Alemanha), três anos antes de Charles Darwin (1809-1882) publicar sua famosa obra "A origem das espécies". EFE pa/bf/db
Pedro Alonso Londres, 18 abr (EFE) - Trinta mil anos após desaparecer, o Homem de Neanderthal rompeu seu silêncio e sua voz voltou a ser escutada em pleno século XXI, graças à simulação de alguns cientistas.
Uma equipe de pesquisadores da Florida Atlantic University, em Boca Raton (Estados Unidos) conseguiu reproduzir a voz desses hominídeos, que habitaram a Europa e zonas do oeste da Ásia, segundo um trabalho publicado esta semana na revista científica britânica "New Scientist".
Esses cientistas fizeram o famoso antepassado do homem moderno falar através da análise de restos fósseis de três neanderthais encontrados na França e datados em 50 mil anos.
Sob as ordens do antropólogo Robert McCarthy, os especialistas da Flórida utilizaram a reconstrução de uma laringe do Homem de Neanderthal e um sintetizador computadorizado para recriar sua provável maneira de falar.
Por enquanto, os cientistas conseguiram gerar o som da letra "e", um feito aparentemente modesto, mas que já fornece pistas significativas sobre as diferenças entre a linguagem do neanderthal e seus "parentes" modernos.
Segundo o professor McCarthy, que deseja que seu "neanderthal" fale uma frase completa, os homens deste espécime pronunciavam sons menos precisos do que os do humano moderno, já que a articulação das vogais é bem mais rudimentar.
"Eles teriam falado de forma um pouco diferente", afirmou o antropólogo, que dúvida de que esses hominídeos fossem capazes de reproduzir as vogais que constituem a base da linguagem falada atual.
O "e" do "neanderthal de Boca Raton", por exemplo, não tem os tons sonoros que permitem a um ouvinte moderno diferenciar, em inglês, palavras que incluem essa letra, mas que são pronunciadas de forma ligeiramente diferente.
Os especialistas do centro da Flórida defendem, além disso, que limitações desse tipo restringiram a capacidade de fala desses hominídeos.
Nos anos 70, o lingüista Phil Liberman, da Brown University de Rhode Island (EUA), calculou as dimensões da laringe de um neanderthal a partir do tamanho de seu cérebro (maior do que o do homem moderno).
Liberman, que colaborou com McCarthy, concluiu que a fala dos neanderthais não tinha as sutilezas da fala do homem moderno, mas alguns cientistas apontam contradições nessa teoria com o argumento de que contém erros e de que existem provas arqueológicas que demonstram a cultura oral dessa espécie primitiva.
O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, qualificou de "muito criativa" a pesquisa liderada por Robert McCarthy.
Stringer considera que "se o tipo de vida dos neanderthais requeria uma linguagem complexa, seu cérebro pôde certamente evoluir para permiti-lo", apesar de duvidar de que "as sociedades neanderthais fossem tão complexas quanto as nossas".
O trabalho dos especialistas da Flórida ganha relevância especial depois que no ano passado uma equipe de cientistas descobriu que os neanderthais compartilhavam com o homem moderno uma versão de um gene denominado FOXP2, essencial para o desenvolvimento da linguagem.
Esses hominídeos, vale lembrar, se chamam neardenthais pelo esqueleto descoberto em 1856 no vale de Neander, perto de Düsseldorf (Alemanha), três anos antes de Charles Darwin (1809-1882) publicar sua famosa obra "A origem das espécies". EFE pa/bf/db
Postado por HRubiales
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