Morte de Pablo Picasso completa 35 anos nesta terça
Pintor espanhol se tornou um dos ícones artísticos do século 20.Ele morreu no ano de 1973, na França, devido a um edema pulmonar.
Considerado o grande ícone das artes visuais no século 20 e um dos primeiros a conseguir manter relevância artística e status de celebridade, Pablo Picasso é celebrado nesta terça-feira em ocasião do 35º aniversário de sua morte. Em 8 de abril de 1973, o artista espanhol morreu em Mougin, na França, quando tinha 91 anos.
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Autor de mais de 20 mil obras que não se restringiam apenas à pintura, abarcando também esculturas, desenhos e cerâmicas, Picasso foi o símbolo e impulsor do desenvolvimento da arte moderna e contemporânea. Trabalhou com diversos estilos, incluindo o cubismo, considerado um dos movimentos artísticos mais inovadores e do qual foi co-criador, além de colagens feitas com materiais como jornais e tecidos, bem diferentes dos usados habitualmente até então.
Mais de três décadas depois de sua morte, as criações do espanhol nascido na cidade de Málaga (Andaluzia), em 1991, ainda são referência mesmo fora do universo das artes visuais - as formas de suas pinturas e a assinatura do artista são citados por nomes atuais e adornam até modelos de carros. Suas obras, como foi recentemente indicado por um relatório da firma The Art Loss Register, são tão valorizadas que criminosos têm Picasso como alvo número um de suas ações - algo que o Museu de Arte de São Paulo vivenciou no final do ano passado, quando teve "Retrato de Suzanne Bloch" nas mãos de um grupo por algumas semanas até ser recuperada.
A figura pessoal de Picasso era cultuada por fãs comuns e fatos de sua vida particular representavam um objeto de interesse para a imprensa. Mesmo para a época, o artista é considerado uma celebridade pelos padrões de hoje em dia. Com a diferença de que a relevância de sua obra não foi superada pelo que Picasso fazia no campo privado.
Mas arte e vida pessoal se entrelaçam em relação às mulheres. O pintor era conhecido pelos múltiplos relacionamentos amorosos por toda a sua vida. Foram, oficialmente, quatro filhos de três mulheres diferentes. O nu feminino serviu largamente de inspiração para suas pinturas e desenhos. E, sem dúvida, escandalizou os mais conservadores na primeira metade do século passado.
"Les demoiselles d'Avignon"
Um de seus trabalhos mais famosos, "Les demoiselles d'Avignon", que completou seu centenário no ano passado, traz cinco prostitutas. Mas o grande choque foi a ruptura artística. "Les demoiselles d'Avignon" é considerado o marco do cubismo - em que as faces dos objetos representados aparecem várias vezes na obra.
"Seus quadros são uma ofensa à natureza, às tradições, à decência. São abomináveis", lia-se em 1910 na revista nova-iorquina "The Architectural Record". E Picasso teve que enfrentar rejeição e incompressão por parte de observadores, reputados ou não, à época.
Outro marco na carreira de Picasso foi "Guernica" (1937), nome da cidade basca que foi bombardeada durante a Guerra Civil Espanhola, vencida pelos partidários do ditador Francisco Franco. O quadro, diferentemente de "Les demoiselles d'Avignon", foi tornado público quando Picasso já era um artista consagrado.
Além de representar um dos exemplos máximos do cubismo, "Guernica" é também um símbolo dos horrores da guerra. A Europa vivia um período de turbulência, na iminência da Segunda Guerra Mundial (1938-1945). A obra marcou também o Picasso de trabalhos engajados. O artista espanhol - que passou a infância em Málaga e depois viveu em La Coruña e Barcelona, até se estabelecer definitivamente na França - classificava a si mesmo, no campo ideológico, como um comunista. Defendia idéias humanistas, mas declarou apoio público o ditador Josef Stálin (cujo regime deixou milhões de mortos na União Soviética).
Depois de "Guernica", Picasso prosseguiu desafiando a si mesmo, expandindo suas fronteiras criativas em esculturas, em pinturas - reinterpretou "As meninas", de Velásquez, quando intertextualidade e referências a outras obras ainda não eram lugar-comum dentro das artes visuais - e continuou a se dedicar ardorosamente a suas paixões femininas. Quando morreu ele estava ao lado de Jacqueline Roque, com quem estava há mais de dez anos e havia conhecido em uma olaria onde Picasso fazia seus objetos de cerâmica.
Na vida pessoal, a turbulência continuou, com filhos e mulher do artista se digladiando ("Quando eu morrer, vai ser como um navio afundando, e quando um grande navio afunda, todas as pessoas ao redor são sugadas também", profetizou), mas, 35 anos após sua morte e de forma bem diferente dos sintomas de hoje, é a paixão expressa por Picasso em suas obras que tem mais importância para a humanidade.
Postado por Hrubiales
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