16 de jan. de 2009
UMA SONECA PODE POTENCIALIZAR A MEMÓRIA
Mesmo períodos curtos de descanso após as refeições podem melhorar a formação e consolidação da memória
Enquanto você dorme, o córtex pré-frontal repete as experiências diárias e ajuda a consolidação da memória.
Os últimos 20 anos forneceram consideráveis evidências do papel fundamental do sono na consolidação da memória. O núcleo das pesquisas nessa área refere-se a importância do descanso noturno por períodos mais longos. Por esse motivo o tempo de sono realmente necessário para que seus efeitos sobre a memória se tornem significativos, do ponto de vista comportamental, ainda não foi suficientemente investigado, avaliam os neuroendocrinologistas Manfred Hallschmid e Suzanne Diekelmann da Universidade de Lüebeck, Alemanha. Mas há razões para presumir que, mesmo períodos curtos de descanso podem, de fato, melhorar a eficiência da memória.
Existem poucos estudos que investigam o efeito de um breve cochilo na consolidação de memórias declarativas ─ as que envolvem fatos e eventos. A maioria desses estudos descreve um melhor desempenho após o sono, quando comparado com a vigília, mostrando melhoras na eficiência de 4% a 46% na memória para pareamento de palavras após uma sesta. Até um cochilo rápido, em torno de cinco minutos, melhora a eficiência da memória em relação à vigília. Já uma soneca mais prolongada, de 35 minutos, mostra resultados muito superiores. Curiosamente, uma série de experimentos mostra que o sono beneficia a memória independentemente da hora em que se dorme, o que destaca o potencial cognitivo do cochilo após as refeições.
Uma pesquisa sobre memória procedural, ─ que inclui habilidades perceptivas e motoras, como aprender a tocar um instrumento ─ mostra que uma sesta de 60 a 90 minutos melhora a percepção visual apenas se, nesse período de sono, os olhos fazem os dois movimentos de ondas lentas e rápidas, as duas fases que o cérebro atravessa enquanto cochilamos.
Os estudos se concentraram nas habilidades motoras como, por exemplo, aquelas em que os participantes devem digitar várias vezes certas seqüências em um teclado. Após um sono de 60 ou 90 minutos há melhora no desempenho da digitação, mas resultados muito melhores são obtidos após uma noite inteira de sono.
Em resumo, essas observações sugerem que um cochilo pode ajudar uma pessoa a se lembrar do que acabou de aprender, mas ela precisa de períodos mais longos, com os olhos fechados, para extrair o pleno potencial do sono.
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