11 de jan. de 2009

ANOREXIA É COISA MUITO ANTIGA



Não é de hoje que as moças de todo o mundo querem trancar a boca, e algumas deixam de comer. Trata-se de um drama que acompanha a humanidade há longa data. Chamada hoje de anorexia nervosa, a doença, sem uma denominação no passado, acometia santas e religiosas fervorosas.
O livro da psicanalista Cybelle Weinberg, “Do altar às passarelas-Da anorexia santa à anorexia nervosa” nos mostra que santas e outras religiosas passavam praticamente a vida sem comer, e se alimentavam nos idos dos séculos XIV só com migalhas e chás de ervas amargas. Assim como a meninas doentes de hoje, as de outrora normalmente eram boas filhas, meigas, dóceis, mas com dificuldades em expor a agressividade, a raiva. Elas tem uma grande dificuldade de entrar na adolescência.


Ente as "anoréxicas históricas" a autora destaca duas. No século VIII, a santa portuguesa Wilgefortis parou de comer porque não queria casar. "Era comum as meninas ficarem anoréxicas para evitar casamentos arranjados", diz ela. Conforme a doença foi ficando grave, as unhas quebraram, o cabelo caiu e uma penugem foi crescendo no rosto e no corpo da menina, tanto que ela ficou conhecida como a "santa barbada". Morreu crucificada pelo pai.
Outro exemplo foi o da santa Catarina de Siena, no século XIV, que aos sete anos, na Itália, resolveu dedicar a existência, a virgindade e o apetite à Virgem Maria. E parou de comer. A doença entrou para os registros da medicina, pela primeiora vez, no final do século XIX, quando um médico inglês tratou uma jovem de 18 anos cujo ciclo menstrual chegou a ser interrompido pela desnutrição, por causa da anorexia.

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