12 de jan. de 2009
SEM IDADE PARA AMAR
Você já se apaixonou por alguém mais velho? Isso pode ser mais comum do que você pensa.
Se apaixonar por alguém mais velho pode ser difícil. Mas acontece bastante. Mallu Magalhães que o diga. Recentemente a cantora teen, de 16 anos, levantou uma grande polêmica na mídia ao anunciar o namoro com o ex-vocalista do Los Hermanos, Marcelo Camello, de 30. Questionamentos e julgamentos públicos foram inevitáveis.
Por quê um trintão estaria com uma adolescente? Como será que foi a reação dos pais da garota? Afinal de contas, quando a diferença de idade é muito grande, como é que os apaixonados e (suas famílias) podem lidar com a situação e continuar com a pessoa amada?
À primeira vista
Quem nunca ficou a fim de alguém mais velho que atire a primeira pedra. No colégio, sempre há aquela pessoa de algumas séries acima, que desperta as mais animadas expectativas (e que geralmente nem sabe o seu nome). Mas o que acontece quando a paixão platônica vira realidade?
*Amanda tem 19 anos. Seu namorado, 27. Tudo começou com uma situação bastante comum. A quedinha de uma aluna pelo seu professor (nesse caso, de informática). Ao contrário do que a maioria das pessoas possa pensar, quem iniciou a relação foi a garota. "Eu que cheguei nele, mas tinha muito medo. A cabeça dele é totalmente diferente. Não curto menino da minha idade. Tudo pra eles é novidade, mesmo que não assumam. O cara mais velho tem aquela coisa protetora", diz Amanda.
A jovem afirma que não rolou preconceito por parte das famílias. O maior receio de represálias, na verdade, vem dos amigos de seu próprio namorado. "Foi difícil contar para o meu pai, mas só porque ele era meu professor. Não sofri nenhum preconceito por conta da idade. Acho que se vier alguma restrição vai ser de alguma turma mais velha, de amigos dele".
Segundo a psicóloga Cristina Godoy, atrações como essas são justificadas pelas relações familiares. "Acontece muito o jovem buscar reproduzir no namorado a imagem do pai ou da mãe". Em sua opinião, para os mais jovens, é preciso ter cuidado para não se anular, entendendo que o(a) namorado(a) está vivendo um momento diferente. "É possível ocorrer um sentimento de ter uma vida pobre em relação a do outro, que pode trazer insegurança e baixa auto-estima, uma vez que o parceiro mais velho pode minimizar o momento em que o outro vive".
Choque de gerações
Às vezes o namoro pode trazer um conflito entre as idades. No caso de *Sabrina, de 16 anos, foi amor à primeira vista pelo amigo do irmão, que hoje tem 36 e é pai de um garoto de 14. Entre os prós e contras da relação, ela destaca a experiência, que pode vir para o melhor e para o pior. "Ele é muito experiente, gosta de me mimar. Mas às vezes pode ser meio careta e ciumento demais. No final ele me respeita muito mais que os anteriores. Meninos mais novos não ligam para isso, não tem comparação".
De acordo com Sabrina, a família não interfere no relacionamento, no qual enxergam algo passageiro. Mas embora tudo esteja bem no namoro, ela observa uma tensão de gerações inevitável, principalmente no seu contato com o filho do namorado. "Eles acham que é perda de tempo, mas não interferem. A família dele também me aceita bem. Mas o filho dele é quase da minha idade. Já tive problemas com isso, porque ele tem ciúmes dele comigo. Parece loucura, mas ele sente isso", completa Sabrina.
Sem crise
Em qualquer situação de namoros com grandes diferenças de idade, um dos momentos mais difíceis é anunciar o relacionamento em casa. Para não rolar maiores problemas e tensões desnecessárias, é preciso haver o diálogo aberto de ambas as partes. A dica vale para pais e filhos. Afinal, é necessário aceitar que os coroas têm o direito de se preocupar com sua vida amorosa. A sinceridade é o melhor modo de se estabelecer um laço de comunicação, que facilita a compreensão e confiança na suas escolhas, como explica a psicóloga.
"Esconder nunca é o melhor caminho. O melhor é o jovem comunicar aos seus pais e tentar mostrar-lhes o lado bom. Permitir que conheçam o parceiro e que quebrem possíveis preconceitos. Mas se os pais criticam com base em fatos reais, talvez seja uma boa idéia ouvir o que eles têm a dizer. É importante se lembrar que o amor é cego, e para quem esta de fora é sempre mais fácil perceber o que esta se passando", conclui.
colaborou: Cristina Godoy
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