8 de jan. de 2009
SAIBA O QUE É O HAMAS?
O Hamas
Em árabe, a palavra quer dizer zelo e serve de acrônimo para a sigla Movimento de Resistência Islâmica. Seu berço ideológico é um grupo árabe dos anos 40, fundado no Egito, chamado Irmandade Muçulmana. Durante sua existência, a Irmandade misturou o discurso nacionalista com o religioso, em oposição ao nacionalismo laico que daria origem aos partidos Baath na Síria, Iraque e outros países dali. A Irmandade atentou contra a vida do presidente egípcio Gamal Abdul I-Nasser e assassinou o sucessor, Anwar Sadat.
O Hamas nasceu em 1988, nos territórios ocupados por Israel, como braço armado da Irmandade pouco antes da primeira Intifada. Até aquela Intifada, havia sido financiado por Israel. Estimulado por Israel. A crença era de que, incentivando um movimento religioso, seria construída uma forte oposição à Organização pela Libertação da Palestina (OLP) de Yasser Arafat. A crença dos líderes políticos em Israel é que, se estivessem ocupados com religião, os palestinos não lutariam. Era outro mundo e outro tempo. Antes do acordo de Oslo, antes de Yitzhak Rabin e Arafat apertarem suas mãos nos jardins da Casa Branca. Muito antes de o Fatah, nascido da OLP, ser o aliado com quem a paz parece mais plausível.
Em 2003, antes de chegar ao governo, o orçamento anual do Hamas girava entre 40 a 70 milhões de dólares, angariados por caridades no ocidente entre árabes no exílio e governos vários no Golfo Pérsico, principalmente a Arábia Saudita. Investiam quase tudo em creches, escolas, hospitais e mesquitas caras à enorme parcela pobre da população. Sua segunda atividade eram os serviços de inteligência, uma espécie de polícia secreta que ainda hoje persegue palestinos acusados de cooperar com o governo israelense e blasfemar contra o Coorão. Bate, tortura, às vezes mata.
O braço terrorista, embora mais famoso, sempre recebeu pouco dinheiro. É barato.
A base que elegeu o Hamas para o governo palestino, em 2006, veio por intermédio de fisiologismo político – aquele que oferece à população os serviços que o Estado não garante – e a boa e velha exploração do ódio ao inimigo externo. O muito citado e pouco lido documento que serve de doutrina ao grupo, assinado em 18 de agosto de 1988, não prega apenas que haverá ‘um dia do Julgamento Final no qual muçulmanos matarão todos os judeus, que se esconderão atrás de pedras e árvores, e as pedras e árvores acusarão ó, muçulmano, cá atrás está um judeu’. Baseado numa ideologia confusa, racista e com uma boa queda por teorias conspiratórias, o mesmo documento enxerga no Sionismo o responsável por vários dos males do mundo. Dentre tais males, os ideólogos do Hamas citam a Revolução Francesa, a Revolução Russa de 1917, o Rotary Club e a Maçonaria.
Trecho obtido do blog: Pedro Doria
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